Entre os artigos científicos por aí que tentam refutar o Stephen Meyer sem mencioná-lo, eis aqui um que torna tudo tão simples: a evolução apenas ocorreu mais rapidamente no Cambriano, só isso.
É impressionante como que a mídia se reuniu ao redor de uma nova pesquisa publicada no Current Biology por Lee, Soubrier e Edgecombe, "Rates of Phenotypic and Genomic Evolution during the Cambrian Explosion." [Taxas de evolução fenotípica e genômica durante a Explosão Cambriana]. É como se eles estivessem dando um suspiro de alívio coletivo: agora nós não temos que lidar com o novo livro Darwin's Doubt de Meyer; por que? Porque a dúvida foi substituída com a certeza. O artigo anuncia confiantemente, "The Cambrian explosion (evolution's "big bang") is compatible with Darwinian evolution." [A explosão cambriana (o big bang da evolução) é compatível com a evolução darwinista] (ênfase adicionada).
Resumindo, o artigo afirma que a evolução ocorreu entre 4 a 5.5 vezes mais rápida durante o Cambriano do que sua costumeira velocidade lenta e gradual. Para chegarem à aquela medida, Lee e Soubrier da Austrália e Edgecombe do Museu de História Natural de Londres compararam 395 caracteres fenotípicos e 62 genes de artrópodes atuais, "o filo mais diverso no período Cambriano e hoje." Uma vez que a evolução ocorreu mais rapidamente, todas as "principais inovações fenotípicas" foram capazes de "surgir subitamente" em um intervalo curto de tempo. (Eles assumem que seja o que aumentou a velocidade da evolução para os artrópodes também acelerou para os outros filos "surgiram" em um instante geológico: "Esta pesquisa diz respeito a artrópodes, mas os resultados provavelmente são aplicáveis à maioria da vida.")
Como mágica, o problema é solucionado. "As descobertas, publicadas online hoje no Current Biology, resolve o 'dilema de Darwin’: o súbito surgimento de uma plethora de grupos de animais modernos no registro fóssil no início do período Cambriano," anunciou orgulhosamente uma nota à imprensa da Universidade de Adelaide, seu Professor Associado Michael Lee no centro das atenções. A explosão Cambriana era nada mais do que a evolução padrão ocorrendo no lapso de tempo.
Uma olhada no trabalho revela admissões danosas, omissões flagrantes, e lapsos na lógica. Vamos considerar isso agora.
Admissões danosas
Os autores admitem que a explosão Cambriana foi súbita. Eles sabem que isso trouxe sérias dúvidas a Charles Darwin: "Darwin considerou famosamente que o súbito surgimento de morfologias complexas no Cambriano inferior estava em desacordo com os processos evolucionários normais." Eles também sabem que pesquisas subsequentes concluíram a mesma coisa:
Muitos pesquisadores subsequentes têm argumentado razoavelmente que este impulso de diversos fósseis não é explicável sem, ou postular um longo prelúdio Pré-cambriano ou invocar "processos evolucionários desconhecidos." Semelhantemente, análises moleculares iniciais concluíram que as extensivas divergências moleculares entre os artrópodes, equinodermas, e cordatos não podiam ser totalmente reconciliadas com o abrupto registro fóssil Cambriano, assumindo até as taxas modernas mais rápidas de evolução molecular.
Eles também sabem que os críticos do Darwinismo estão mostrando esses fatos ousadamente: "Essas reservas legítimas têm sido previsivelmente exploradas pelos oponentes da evolução."
Outro fato que eles reconhecem é a falta de evidência de um longo “pavio” pré-cambriano que resultou na explosão. A própria pesquisa deles, na verdade, apoia o "consenso emergente" de que qualquer evento pré-cambriano que resultou na explosão tinha que ter sido curto, não somente porque não há registro fóssil disso, mas também porque não soluciona o problema de os animais terem "adquirido muitas novidades simultaneamente por todo o início do Cambriano." Os fósseis de Ediacara, portanto, não ajudam.
Consequentemente, eles concordam que o tempo de inovação rápida foi breve, encaixando-se dentro de 40 milhões de anos (Meyer fornece evidência de que foi curto em torno de cinco milhões de anos, 1/10 de 1% da história da Terra, p. 72). Embora eles assumam o cálculo evolucionário generoso de 40 milhões de anos, eles reconhecem que o período rápido da divergência dos artrópodes seja comprimido em menos do que 10 milhões de anos no Cambriano Inferior.
Eles também admitem que este período foi único: "a evolução durante a explosão Cambriana foi incomum (comparada ao Fanerozoico subsequente) em que as rápidas taxas estiveram presentes por muitas linhagens."
Omissões Flagrantes
A pesquisa assume que acelerando a seleção natural soluciona todos os problemas, e traz a diversificação Cambriana com segurança de volta ao redil de Darwin. O que eles falham em reconhecer é que cada filo surge abruptamente no registro fóssil, sem formas transicionais. O primeiro trilobita é totalmente trilobita. O primeiro Anomalocaris é totalmente Anomalocaris. A explosão Cambriana não é apenas uma questão de brevidade de tempo. É uma lacuna entre micróbios (ou colônias de multicelulares de corpos moles, se consideramos os animais da fauna de Ediacara) e planos corporais plenamente integrados com pernas articuladas, olhos complexos, entranhas, cérebros, sistemas nervosos, e toda uma nova ecologia.
Portanto, acelerando o relógio evolucionário não soluciona o verdadeiro problema que Meyer enfatizou no seu livro: de onde veio a informação para construir todas essas novas formas corporais? Se alguém dobrar ou triplicar o intervalo de tempo, isso não mudaria aquela questão. A ausência de transições e a súbita aparição de tecidos complexos, órgãos, e sistemas demandam uma explicação, contudo, podemos tergiversar sobre a duração da explosão.
A certa altura, após declararem que a evolução ocorreu 4 a 5.5 vezes mais rapidamente do que o normal, os autores afirmam que suas conclusões são robustas, mesmo quando comprimindo a explosão para o intervalo mais breve:
Surpreendentemente, essas primeiras taxas não mudam substancialmente mesmo se a radiação dos artrópodes for comprimida inteiramente no Cambriano (∼542 mega-ano [Ma]) ou restringir ao Criogeniano (∼650 Ma). As taxas mais rápidas ainda são consistentes com evolução pela seleção natural e com os dados dos organismos vivos, solucionando potencialmente o "Dilema de Darwin."
Aquela afirmação, todavia, depende em formas transicionais que não são encontradas no registro fóssil. Eles precisam das transições para demonstrar que a seleção natural, mesmo que ocorrendo em alta velocidade, construíram individualmente esses animais selecionando pequenas variações. Até mesmo Lee e equipe não afirmariam que um micróbio dividiu-se e surgiu um trilobita.
Vamos considerá-los nas taxas comprimidas e ver o que isso significa. Vamos supor que você está no programa Caçadores de Mitos testando um novo modelo de explosões. Um fabricante de mito alega que as explosões são realmente lentas e graduais, e ocorrem por processos naturais da luz sola atingindo o solo, em vez de explodir por alguém montando a bomba. O equipamento mede a duração de uma explosão em 20 milissegundos Suponhamos que o fabricante de mito então afirme que isso foi realmente 10 segundos, se alguém considerar os preparativos e as consequências. Então ele se vangloria que pode até comprimir aquele intervalo pela metade – cinco segundos, e que seu modelo natural de explosão ainda prevalece. Os Caçadores de Mitos aceitariam aquela história? Não; eles ririam na cara dele na hora. A essência da explosão foi ser súbita. Não importaria se alguém “reduzir” ou “comprimir” o tempo naquela explosão; a explosão em si mesma foi abrupta. Do mesmo modo, quando alguém encontra um trilobita completo em uma camada de rocha sem precursores, esta é a questão! Tergiversar sobre quantos milhões de anos se passaram antes e depois que isso “surgiu abruptamente” não adiciona nada para o nosso conhecimento.
Lapsos na Lógica
Lee e equipe brincam com os "velocímetros" da seleção natural, assumindo que a evolução pode ocorrer até 5.5 vezes mais rápida do que o normal e ainda caber no paradigma Darwinista. Eles já abandonaram a explicação do “rastilho lento do Pré-cambriano”, então a única opção são os “mecanismos evolucionários desconhecidos” que alguns têm sugerido. Ao afirmarem que mecanismos evolucionários comuns, ocorrendo mais rapidamente, são suficientes, eles acham que resolveram o "Dilema de Darwin" e responderam aos "oponentes da evolução" que "previsivelmente exploram" as "reservas legítimas" que apresenta a explosão Cambriana.
Eles estão respondendo a pergunta errada. Não é uma questão de evolução lenta vs. evolução rápida. Não é uma questão de evolução através de mecanismos desconhecidos vs. mecanismos conhecidos. A evolução em si é a questão! A explosão Cambriana levanta a questão da evolução darwinista vs. design inteligente, porque o súbito surgimento de mais de duas dúzias de planos corporais distintos sem precursores desafia qualquer explicação naturalista, não importa quão rápida ocorra.
Resumindo, Lee e equipe estão simplesmente dizendo, "Eles evoluíram porque eles evoluíram mais rapidamente." Isso não é o desafio que o registro fóssil levanta. Isso é uma resposta circular que assume a evolução [a priori] para argumentar a favor da evolução. Eis outro exemplo: "Os clades caracterizados por maiores inovações fenotípicas frequentemente exibem taxas mais altas de evolução no início..."
Os livros de Meyer levantam desafios fundamentais para a evolução e outras explicações naturalistas, não apenas "explorando" as "reservas legítimas" sobre a taxa de evolução, mas sobre a própria evolução como uma explicação científica. Ele não está apenas apontando buracos na teoria da evolução. Ele está fazendo um caso positivo a favor do design: sempre que alguém encontrar sistemas ricos em informação com partes integradas contribuindo para função, seja um computador ou um trilobita, nós sabemos a partir de nossa experiência uniforme que a inteligência desempenhou um papel na sua origem. Eles precisam parar de atacar espantalhos e enfrentar essas questões.
Lee e equipe também cometem uma falácia evolucionária comum que nós podemos chamar de a teoria da evolução “a oportunidade bate na porta”. Eles assumem que a seleção natural, cheia de poder criativo e desejo de inventar infindáveis formas mais bonitas, irá correr para preencher novas oportunidades ambientais. Eis como eles pintam a ideia em um jargão: eles falam de "oportunismo ecológico combinado com um panorama de aptidão mais complexo, que pode ter liberado capacidades evolucionárias latentes” – um jeito mais complicado de dizer, "espaços vazios trazem empreendedores". Embora isso possa funcionar em economia com seres humanos inteligentes, os micróbios não estão na obrigação de se tornarem trilobitas, só por causa do "oportunismo ecológico." Esta fala de "capacidades evolucionárias latentes" personificam os organismos simples antes da explosão Cambriana, tornando-os concorrentes em um desafio de invenção, ansiosos por inovar.
O Exagero da Mídia
Dos artigos que nós temos examinado que tentam responder a explosão Cambriana, este por Lee et al. deve certamente figurar como o mais idiota de todos. Eles se esquivam das questões importantes. Argumentam em círculo, usando premissas evolucionárias para defender a evolução. Eles empregam argumentação ad hoc para evitar o falseamento da teoria da evolução. Eles lutam com espantalhos. Apesar do jargão, suas conclusões são desinteressantes, evasivas, e ilógicas.
Ainda assim, a campanha publicitária em relação aos dados tem sido for a de base: a mídia alardeou isso como a resposta para todos os críticos, as “descobertas” científicas para resgatar finalmente Darwin de seu dilema. No Live Science, em um artigo que reverberou pela Internet, Tia Ghose escreveu, "Lightning-Fast Evolution Clocked During Cambrian Explosion" [Evolução na velocidade da luz cronometrada durante a explosão Cambriana] como se Lee estivesse segurando um cronômetro.
Um crustáceo com 3.000 lentes nos seus olhos, criaturas tipo camarão com 1.80 m de comprimento, e organismos que pareciam tulipas surgiram rapidamente (do ponto de vista evolucionário) e cena entre 520 milhões a 540 milhões de anos atrás. E agora os cientistas calcularam como quão rápida a evolução estava ocorrendo durante o “Big Bang” da evolução."
Reconhecendo que a explosão Cambriana viu a "súbita aparição" da "maioria dos grupos de animais modernos do planeta", inclusive as criaturas co olhos, antenas, mandíbulas cortantes, pernas articuladas e muito mais, Ghose anunciou triunfantemente que Lee e seus colegas tinham resistido àqueles criacionistas malditos:
Pesquisadores têm debatido há muito tempo como exatamente os animais puderam ter evoluído tão rapidamente durante o período. Os criacionistas até têm usado a explosão Cambriana para levantar dúvidas sobre a teoria da evolução, sugerindo que alguma mão divina deve ter tido um papel...
Por que não estamos surpresos com essa pista falsa?
A equipe descobriu que o surgimento de muitas criaturas marinhas durante a explosão Cambriana podia ser explicada por uma evolução acelerada – mas não realista, através da seleção natural, ou pelo processo no qual os organismos mudam ao longo do tempo devido a mudanças nas características físicas ou comportamentais.
Concedendo a Michael Lee, o principal autor, o púlpito para a bênção, seu artigo finaliza,"Nesta pesquisa nós calcuIamos que tanto as taxas da evolução morfológica e genética durante a explosão Cambriana foram cinco vezes mais rápidas do que hoje – bem rápidas, mas perfeitamente consistente com a teoria da evolução de Darwin", disse Lee.
Pelo menos a revista Science oferece uma sugestão de cautela no seu louvor desproposital:
"É um excelente primeiro passo", disse Douglas Erwin, um paleontólogo no Smithsonian Institution em Washington, D.C., mas taxas de evolução exatas na pesquisa podem não ser confiáveis. Ele destaca que, embora a pesquisa use dados de fósseis para determina quando emergiu determinado ramo de artrópode, ela não inclui as características conhecidas daqueles ancestrais extintos nas suas comparações de características físicas, que envolve somente criaturas vivas.
Algumas das premissas que os autores fazem calculando essas datas de surgimento também são problemáticas, disse Philip Donoghue, um paleobiólogo na Universidade de Bristol no Reino Unido.
Essa cobertura jornalística resultou em comentários animados, muitos ridicularizando o design inteligente com os costumeiros argumentos ad hominem e associando-o com o criacionismo, mais algumas respostas bem intencionadas, mas equivocadas distorcendo a teoria do Design Inteligente. Por que essas pessoas não compram um exemplar do Darwin's Doubt e leiam-no?
Positivamente, a falta de respostas substantivas aos argumentos de Meyer e outros fornece a admissão tácita de que o caso a favor do design inteligente permanece robusto.
+++++
NOTA CAUSTICANTE:
Entendeu agora por que a Explosão Cambriana é apenas uma nota de rodapé nos livros didáticos de Biologia do Ensino Médio aprovados pelo MEC? Sabia que os autores desses livros sabem das implicações sérias que isso significa para a teoria da evolução no contexto de justificação teórica? E por que eles não abordam essa dificuldade fundamental sobre o colapso da teoria da evolução? PORQUE TODOS ELES SÃO ACADEMICAMENTE DESONESTOS!!! E nenhum deles, desde 1998 venho dizendo que eles são DESONESTOS, nenhum deles me processa por danos materiais e morais. Por que? Porque sabem que Darwin vai junto comigo para o banco dos réus!
Fui, cada vez mais convicto que esta teoria da evolução foi o maior embuste científico!!![Enézio de Almeida Filho]
Nenhum comentário:
Postar um comentário