quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Resenha | “Teoria do Design Inteligente”, de Everton F. Alves

Em entrevista ao programa Inspire-se, Everton F. Alves, mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Maringá e autor do e-book Teoria do Design Inteligente: Evidências Científicas no Campo das Ciências Biológicas e da Saúde, afirma:

“[a teoria do Design inteligente] pode ser compreendida como o estudo dos padrões na natureza que carregam as marcas de causalidade inteligente. […] A proposta do Design Inteligente é apenas detectar design na natureza. […] É importantíssimo esclarecer que o Design Inteligente não se preocupa em esclarecer ou explicar questões sobre a origem da vida, do Universo, sobre a idade da Terra. […] A proposta do Design Inteligente é apenas observar design inteligente num objeto na natureza hoje, a qualquer coisa que pode ser observável, pesquisado e identificado em laboratório. A gente não olha pra trás; a gente não analisa o passado pra tentar explicar as origens.”

A declaração do autor na entrevista está em harmonia com o argumento central de Darwin no Banco dos Réus, de Phillip E. Johnson, quem, “formalmente”, iniciou o Movimento do Design Inteligente (MDI) no início da década de 1990.[1] A inferência (ou detecção) de design nos sistemas biológicos dá-se através de arcabouços lógicos, matemáticos e analíticos que, quando comparados à teoria neodarwiniana, mostram-se mais sólidos para explicar a realidade dos dados observados.[2]

Como pesquisador comprometido, Alves fez o dever de casa – e bem feito. Em 30 capítulos, fundamentados em mais de 350 artigos científicos (revisados por pares), ele expõe evidências que, antes mesmo de apoiar a Teoria do Design Inteligente (TDI), refutam a teoria neodarwiniana lançando mão apenas de pesquisas e resultados científicos, nos quais a proposta causal evolucionista não pode ser bem sucedida.

Pode-se notar uma divisão “temática” na obra, em que, sequencialmente, são analisadas as insuficiências do modelo darwinista (e.g., a fraude dos embriões de Haeckel, as moscas-das-frutas, os tentilhões de Darwin e etc.), os supostos órgãos vestigiais, mitos genéticos (“DNA-lixo”), o despontar da Epigenética, supostos exemplos de bad design (o polegar do panda, a faringe humana, o apêndice, etc.), evidências de projeto (biomimética, complexidade irredutível, projeto capilar humano) e, para finalizar, algumas conclusões que cientistas honestos (especialmente na medicina) têm chegado à luz de tanta informação obtida nos últimos anos.

Sem querer revelar spoilers, alguns capítulos e citações em especial saltaram-me os olhos. Em “O design inteligente e o ritmo biológico (circaceptano)”, há algo curioso:

“À primeira vista, pode parecer que o ciclo semanal de sete dias foi herdado por uma cultura humana de milhares de anos atrás. Mas, esta teoria não se sustenta quando se percebe que o ciclo circaceptano ocorre em outros seres vivos além de humanos. Portanto, a Biologia, não a cultura, é, provavelmente, a fonte da semana de sete dias. […] Campbell afirma que, o ciclo de sete dias tem a ver com a lógica interna do corpo, não com a lógica externa do mundo.”

Outro capítulo que destaco é “A faringe humana: um tubo ou dois tubos?”, em que o autor demonstra como a ciência, feita e interpretada com seriedade, vai contra alegações esdrúxulas de “bad design” dos neodarwinistas. O fato de a faringe ser um canal comum ao aparelho digestivo e ao aparelho respiratório têm levado os evolucionistas a suporem que um “melhor design seria a existência de dois tubos separados – um conduzindo a partir do nariz diretamente para os pulmões (laringe e traqueia), e o segundo conduzindo a partir da boca diretamente para o estômago (esôfago).” Entretanto, além do funcionamento exímio existente de ambas as funções em apenas um único canal, as implicações da proposta darwinista para o uso de dois canais seriam fatais [tudo isto evidenciado por pesquisas científicas].

Como não poderia faltar, e até por conta de sua formação, Alves acrescenta uma posição interessante sobre os profissionais da medicina com relação à teoria da evolução (TE). Apresentar a visão dos médicos e cientistas da saúde, que está além dos costumeiros biólogos advogados de Darwin, denota o quanto a evidência de projeto e as inutilidades da teoria neodarwiniana têm levado aqueles profissionais a rejeitarem o darwinismo. Após apresentar um histórico da “medicina darwinista”, com suas pressuposições e resultados absurdos e catastróficos, o autor é enfático ao concluir, com base em artigos recentes, que “a medicina darwiniana não acrescenta nada à caixa de ferramentas do médico”.

A contribuição principal da obra de Alves é a confirmação de um modelo científico através das pesquisas recentes. O avanço da ciência, sobretudo da bioquímica, tem mostrado o grau de sofisticação dos sistemas biológicos que, na época de Darwin, era pouco conhecido. As suposições lógicas da teoria darwiniana há tempos têm sido confrontadas por outras ciências (como a matemática), e em Teoria do Design Inteligente, Alves mostra que os resultados não têm apoiado a TE. Pelo contrário, a TDI desponta como uma solução lógica e cientificamente exequível. O cheque pré-datado de Darwin era sem fundos.

Jônatas Duarte Lima

Notas

[1] Na página 119, Johnson atesta, ao comparar a possibilidade de uma criação [ou design] ao invés do processo estocástico darwinista: “O ponto essencial da criação não tem nada a ver com o tempo ou o mecanismo que o Criador [designer] escolheu empregar, mas com o elemento de design ou propósito. […] Com o ponto definido desse modo, a questão se torna: A ciência convencional se opõe à possibilidade de que o mundo natural foi planejado por um Criador com um propósito? Se for assim, em qual base?”.

[2] Confira o artigo “Um modelo testável para o Design Inteligente”, no TDI Brasil. 

Ficha Técnica
Teoria do Design Inteligente: Evidências Científicas no Campo das Ciências Biológicas e da Saúde

Autor: Everton Fernando Alves

Ano: 2016

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