sexta-feira, 8 de junho de 2018

Curiosity encontra moléculas orgânicas em Marte... de novo

Moléculas orgânicas não estão necessariamente associadas à vida. [Imagem: NASA/Goddard]
Moléculas orgânicas abióticas

A NASA anunciou que os instrumentos a bordo do robô Curiosity encontraram moléculas orgânicas em Marte e sinais de variação nas emissões de metano no planeta.

Embora comumente associados à vida, as moléculas orgânicas também podem ser criadas por processos não biológicos e não são necessariamente indicadores de vida - moléculas orgânicas são moléculas que contêm carbono e hidrogênio, e também podem incluir oxigênio, nitrogênio e outros elementos.

Devido à idade das rochas onde as moléculas foram encontradas - 3 bilhões de anos [de acordo com a cronologia evolucionista] - torna-se muito difícil qualquer associação das moléculas identificadas agora com sinais de vida.

O instrumento SAM (Sample Analysis at Mars), a bordo do robô marciano, também detectou variações sazonais do nível de metano na atmosfera de Marte ao longo de três anos.

Os níveis de metano, embora em níveis baixíssimos, apresentam um ciclo sazonal, variando entre 0,24 e 0,65 partes por bilhão, com um pico próximo ao final do verão no hemisfério norte de Marte. Os pesquisadores descartam numerosas fontes potenciais de metano - o metano pode ter fontes biológicas ou abióticas -, sugerindo que grandes quantidades do gás podem ser armazenadas no frio subsolo marciano em cristais chamados clatratos. Eles propõem que mudanças sazonais na temperatura poderiam causar as oscilações na liberação de metano observada pelos instrumentos do Curiosity.

Os níveis de metano em Marte são bem menores do que se esperava com base em medições feitas por sondas orbitais. [Imagem: NASA/JPL-Caltech]
Deja vu

Curiosamente, os anúncios não diferem muito daqueles feitos em 2014, quando a NASA também chamou jornalistas do mundo todo para anunciar... a descoberta de moléculas orgânicas e variações nos níveis de metano em Marte, tudo feito pelo mesmo robô Curiosity.

Para colocar a atual "descoberta" em perspectiva, moléculas orgânicas já foram identificadas em meteoritos de Marte que caíram na Terra - mas também não são moléculas de origem biológica. Água e moléculas orgânicas também já foram encontradas em um asteroide, o 24 Themis, um dos maiores do Cinturão de Asteroides, entre os planetas de Marte e Júpiter.

Uma das autoras do estudo que analisou os dados mais atuais, Jen Eigenbrode, ressalta que os resultados não estabelecem uma associação das moléculas identificadas pelo Curiosity com indícios de vida: "O Curiosity não determinou a fonte das moléculas orgânicas. Se ela representa um registro de vida no passado, se foi alimento para vida, ou se existiu na ausência de vida, a matéria orgânica nos materiais de Marte dão dicas químicas sobre as condições e os processos planetários," afirmou ela.

Bibliografia:

Background levels of methane in Mars’ atmosphere show strong seasonal variations
Christopher R. Webster et al.
Science
Vol.: 360 Issue 6393 1093-1096
DOI: 10.1126/science.aaq0131

Organic matter preserved in 3-billion-year-old mudstones at Gale crater, Mars
Jennifer L. Eigenbrode et al.
Science
Vol.: 360 Issue 6393 1096-1101
DOI: 10.1126/science.aas9185


Nota: Como na divulgação passada, com tom de alarde, essa nova descoberta não passa de uma certeza: moléculas orgânicas podem se formar fora da Terra, sem que isso implique em formação de vida, tal como conhecemos. Parabéns à NASA pela descoberta e pela lucidez dos pesquisadores que admitem que nenhuma prova em si de vida pode ser atribuída a essas moléculas. Mas o que as pessoas interpretam é exatamente o que os evolucionista querem, que é fazer as pessoas acreditarem que vida pode provir de não vida, o que contraria a lei da biogênese, de Pasteur. [ALM]

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