quarta-feira, 3 de março de 2010

As fontes do grande abismo

“No ano seiscentos da vida de Noé, no mês segundo, aos dezessete dias do mês, naquele mesmo dia se romperam todas as fontes do grande abismo” (Gn 7:11). Na controvérsia existente em relação às origens é comum nos depararmos com argumentações em que se utilizam cenários imaginários, os quais, por estarem no campo das conjecturas,[1] não podem ser reproduzidos experimentalmente e não são corroborados por nenhum tipo de testemunho histórico. Esse fato é verdadeiro tanto para as argumentações utilizadas por muitos simpatizantes do evolucionismo quanto por muitos simpatizantes do criacionismo bíblico.

A Revelação apresentada nos textos bíblicos permite que se transcendam as limitações do conhecimento humano, possibilitando obter informações confiáveis as quais jamais poderiam ser alcançadas mediante apenas a utilização das instrumentações científicas. Contudo, muitos detalhes de eventos de grande importância como o Dilúvio, os quais geralmente são utilizados na argumentação criacionista, não são apresentados nas narrativas desses eventos.

Infelizmente, muitos textos que objetivam contribuir na elaboração e na divulgação do Criacionismo Bíblico, na tentativa de apresentarem argumentações que se restrinjam à esfera naturalista, sem recorrerem a possíveis intervenções miraculosas por parte do Criador, acabam produzindo o efeito contrário, originando criticas e depreciações! Muitos modelos assim apresentados e propostos esbarram em sérias e elementares restrições de leis bem conhecidas e estabelecidas advindas da Física, da Química, da Biologia, dentre outras.

O Ph.D Robert E. Kofahl, em seu excelente artigo “Poderiam as águas do Dilúvio ter provindo de uma camada atmosférica ou de uma fonte extraterrestre?”, o qual está disponível no site da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br),[2] além de destacar que milagres devem ser admitidos nas argumentações que compõem o criacionismo bíblico, aponta ainda várias restrições inerentes a alguns modelos muito difundidos no âmbito criacionista, a saber:

1. Uma camada de vapor d’água que possivelmente proporcionou uma parcela substancial das águas do dilúvio.

2. Uma cobertura esférica rígida, de gelo em torno da Terra, mantida pela resistência estrutural, e finalmente rompendo-se para produzir o Dilúvio e a glaciação, ou ainda uma cobertura de gelo em rotação, mantida pela força centrífuga e rompendo-se para produzir o Dilúvio e a glaciação.

3. A precipitação de água ou gelo em órbita em torno da Terra, para produzir o Dilúvio e a glaciação.

4. A colisão de vapor d’água ou gelo proveniente do espaço exterior, com a Terra, para produzir o dilúvio e a glaciação.

Como mencionado anteriormente, muitos detalhes importantes para o modelo criacionista não se fazem presentes nos textos bíblicos, pois não é objetivo das Sagradas Escrituras detalhar, com o rigor de uma linguagem muito superior àquela que é utilizada nos textos científicos, peculiaridades relacionadas com os eventos passados. Contudo, à medida que se aprende mais sobre a natureza criada, mais informações podem ser coletadas para se imaginar o que ocorreu no passado.

Em agosto de 2009, a revista Veja (edição 2.127 de 26 de agosto), na matéria “Um mistério no centro da Terra”, divulgou uma pesquisa feita por cientistas da Universidade Estadual do Oregon, nos Estados Unidos,[3] em que uma das possíveis interpretações para a elevada condutividade elétrica observada no manto terrestre seria uma enorme quantidade de água existente em profundidades ainda inimagináveis!

Pode-se imaginar, dentro das inerentes limitações, que esses reservatórios naturais em profundezas até então inimagináveis, possam ter integrado o Grande Abismo citado em Gênesis.

(Tarcísio Vieira, biólogo e mestre em Química pela UNB)

1. sf (lat conjectura) 1 Juízo ou opinião com fundamento incerto ou com base sobre aparências, indícios ou probabilidades. 2 Suposição, hipótese. Var: conjectura. Fonte: http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=conjetura (acesso em 22/02/2010).

2. O artigo encontra-se disponível na data de acesso (01/03/2010). Caso em uma data posterior o referido artigo não esteja mais disponível, pode-se adquirir a Folha Criacionista nº 15, a qual contém o artigo, por meio do e-mail institucional da Sociedade Criacionista Brasileira: scb@scb.org.br

3. Mais informações sobre este trabalho em: http://www.nsf.gov/news/news_summ.jsp?cntn_id=115434&WT.mc_id=USNSF_51 (acesso em 01/03/2010). Os interessados em aprofundar no assunto podem ler um trabalho preliminar, publicado em 2000, no link: http://www.geosystem.net/papers/12_2000_Neal&Mackie_JGR.pdf (acesso em 01/03/2010).

[Lido no blog Criacionismo.com.br]

Leia também: Oceanos podem estar escondidos dentro da Terra, indica estudo. No que isso pode implicar???

Um comentário:

Elyson Scafati disse...

Há um sujeito que propôs uma maluquice chamada teoria das hidroplacas (como se tal absurdo pudesse ser chamado de teoria).

A evidência para tal sandice apenas existe para ele e seu séquito de criacionistas, pois nada, no que concerne à evidencias científicas a apóia.

Na minha opinião, o proponente de tal sandice ou é completamente desorientado ou é um cara de pau inverterado.

Evidências sobre as origens da rterra do sistema solar e do universo, as temos às toneladas.

Para o nosso mundo, as rochas nos sussuram sua história; para o sistema solar, há muitos sistemas se formando galáxia a fora e para o universo, este também "literlmente" nos sussurra suas origens (readiação de fundo do universo).

Biblia ou qq livro sagrado não se tratam de compêndios científicos, mas delivros escritos em épocas cuja ignorância imperava.

Se houvesse uma fonte extraterrestre de água (e houve para os primórdios do planeta - os cometas), como afirma o Phd de araque (Kofhal- acho que citado pelo Tarcísio, o qual passou anos a fio na escola para se fingir de ignorante - pena).
Se essa coisa caísse aqui, Noé e sua arca se transformariam em vapor, ou seja, não sobraria quase nada. Realmente, deve ser um excelente artigo para a revista MAD - as explicações são simplesmente ridículas e dispensam qq comentário.

Há água sim sob a as camadas da Terra e sob pressão(devido a subducção entre as placas), mas jamais sairíam das profundezas para causar um estrago e, tão pouco, teriam tal calibre.

Sagradas escrituras jamais tiveram o intuito de explicar ciências naturais. São simbolismos para entendermos como devem ser nossas atitudes e o que fazer e não fazer para sermos pessoas melhores.

Infelizmente, na excessiva busca por deus, vocês fundamentalistas se afastam cada vez mais dele, o tornando um ridículo deus da mentira, digno de uma comédia pastelão.

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