domingo, 4 de dezembro de 2011

Circuncisão em adultos é aposta contra a Aids na África do Sul


O jovem Phakamani Ndlovu, de 23 anos, há poucos meses foi submetido a uma cirurgia de circuncisão e não tem vergonha de falar a respeito. Ele foi operado no Hospital McCord, em Durban, na região da África do Sul com maior incidência de HIV. O país, por sua vez, tem o maior número de soropositivos no mundo. São 5,6 milhões de pessoas de um total de cerca de 50 milhões de habitantes.

Phakamani decidiu fazer a operação porque, com ela, seu risco de ser contaminado por Aids é muito menor – o McCord estima que seja reduzido em 60%. O contato com hospital, além da operação, lhe rendeu um emprego como assistente administrativo na instituição.

A circuncisão é a remoção da pele que recobre a extremidade do pênis. Estudos apontam que, quando presente, essa pele facilita a proliferação de vírus e bactérias.

“Acho que em geral os homens não têm dificuldade em fazer a circuncisão. O problema maior é que muitos não querem nem fazer o teste para saber se estão contaminados”, explica o jovem, ao atender a reportagem do G1.

Ele conta que a cirurgia foi tranquila, mas que o exame para identificar se o paciente tem HIV é obrigatório antes da intervenção.

A operação é feita com anestesia local e os pacientes podem ir embora no mesmo dia. Ainda ganham o direito a um check-up posterior, para garantir que esteja tudo certo. O McCord já operou mais de 1.500 homens entre 15 e 49 anos, faixa atendida pela sua unidade especializada. A iniciativa recebe verda do governo dos EUA.

Durban fica em Kwazulu-Natal, terra dos zulus, a maior etnia da África do Sul. Sua cultura, por algumas circunstâncias, é também uma facilitadora da transmissão da doença. Nas áreas rurais, a estrutura social ainda é patriarcal. Os homens podem se relacionar com muitas parceiras.

Ao mesmo tempo, os casos de violência contra as mulheres são frequentes. Fazendo sexo consensualmente ou não, muitas delas acabam infectadas.

Pesquisa apresentada este ano numa conferência em Roma mostrou que entre 20 mil jovens que fizeram circuncisão numa cidade próxima a Johanesburgo, também na África do Sul, o índice de infecção com HIV caiu 76%. Outros países gravemente afetados pela doença, como Botsuana, Tanzânia e Quênia, também têm realizado programas de circuncisão.

Fonte: G1

Nota: É certo que a melhor forma de prevenção contra a Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis é a abstinência sexual até o casamento, como nos ensina a Bíblia; mas como os valores morais que têm a finalidade de proteger as pessoas estão sendo ignorados, muitas vezes, creio que o método da circuncisão (para quem não tem acesso a outro meio), além do uso de preservativos, são aliados no combate contra essas doenças terríveis que assolam não só pessoas de países da África como as da África do Sul, mas todas do mundo, em todas as classes sociais, todas as culturas e credos. Não é um método 100% eficiente (atenção, nem chega perto disso).

Aliás, Deus fez o pacto com Abraão por meio da circuncisão creio que por dois propósitos principais: estabelecer um sinal para se tornar símbolo do batismo de uma pessoa para pertencer ao povo de Deus na época (hoje é o batismo por meio da imersão na água) e abençoar Seu povo com saúde proporcionada por meio dessa aliança. Pense nas condições de higiene em uma terra semiárida, banho não era possível todos os dias. Deus aplicou Sua sabedoria para proteger seu povo de doenças sexuais, ao estabelecer a circuncisão, além de o proteger contra outras doenças por meio das leis de saúde descritas em Levítico. Dados recentes revelam que o povo judeu é o povo em que suas mulheres têm os menores índices de câncer no colo do útero, por praticar a circuncisão como um dos principais fatores.[ALM]

"Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra." (2 Crônicas 7:14)

7 comentários:

Elyson Scafati disse...

A circuncisão... Se vc transar sem camisinha com desconhecidos (ter uma vida promíscua) terá grandes chances de ficar com AIDS, embora pareça que esta cirurgia faça a probabilidade de contágio cair.

Que dizer do designer??? Por que ele não fez um pipi descascado, o que nos pouparia grandes problemas aos 8 dias de vida (uma possível infecção) ou na idade adulta (uma dor lancinante e o risco de infecção).

As funções de um prepúcio são bem simples:

- Proteger o frênulo (aquela dobrinha de pele que une a glande ao prepúcio que fica embaixo do pênis) e a glande, de forma a mantê-la lubrificada quando do ato sexual;

Protege estas partes do corpo contra a abrasão, frio e ferimentos.

É uma zona ricamente enervada e, portanto, bastante erógena, desempenhando um papel essencial na qualidade da ereção, da mecânica do coito e da ejaculação.

- Servir como vedação à vagina quando da consumação do ato sexual, de forma a manter o esperma lá dentro e proporcionar uma maior probabilidade de fertilização.

Ao que parece esta prática é muito antiga dentre os povos semitas de Canaã, não apenas dentre os hebreus.

Há inclusive evidências de que era praticada no Egito há uns 5000 anos no que se refere á casta sacerdotal.

Segue o artigo de História Viva:

http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/circuncisao_a_tradicao_do_corte.html


SCHMIDT, Werner H.A fé no Antigo Testamento. São Leopoldo, RS: Sinodal, 2004, p. 425 diz: " A prática da circuncisão ocorria no antigo Egito e entre os povos semíticos que viviam em Canaã. Os filisteus, por exemplo, não eram semitas, por isso eram chamados de “incircuncisos.”

O relevo abaixo:

http://3.bp.blogspot.com/_ewKwzLwdYQs/TNnZc30A7bI/AAAAAAAAABU/bRqf_VOCAis/s1600/circuncis%25C3%25A3o.bmp


é da a sexta dinastia (situada entre situa-a entre 2345 e 2140 a. C.). Representa sacerdotes realizando circuncisões em meninos egípcios, conforme consta em KING, Philip J; STARGER, Lawrence E.Life in biblical Israel. Westminster John Knox Press: Louisville, 2001., 2001, p.43.

Elyson Scafati disse...

O artigo de História viva dá três vertentes para a circuncisão:

Mítica - aplicada às tribos africanas e aos povos que seguem a circuncisão pré-monoteísta e profana, como ocorre nas ilhas de Vanuatu, na Austrália e ao sudeste da Nova Guiné.

Ao que parece, isso afasta a ideia de hebreus serem os donos exclusivos, bem como os criadores da ideia.

Religiosa, onde a circuncisão hebraica é uma validação ou confirmação da adesão ao dogma da religião, centrado na ideia de "sinal de aliança" corforme descrito no Torá.


Médica, no que se refere ao fator higiênico, tese proposta por Filon de Alexandria (13 a.C. - 54 d.C.), filósofo judeu de origem grega, que chama a atenção para o fato de que a circuncisão garantiria uma maior higiene ao órgão genital masculino, evitando afecções como sífilis, fimose, herpes, balanopostites, falsa gonorréia, concentração de esmegma.

Assim, há prós e contras de se ter um prepúcio. Por ser uma região muito vascularizada e sensível, rompe com facilidade e favorece o contágio de doenças venéreas como AIDS, mas protege a glande e tem sua função reprodutiva. Mas não tê-lo torna a pele da glande mais rígida e menos suscetível a rupturas, mas é um pouco mais difícil para o ato sexual, no que concerne á lubrificação.

As vantagens de se realizar a circuncisão são principalmente uma melhor higiene, às vezes maior facilidade no ato sexual quando este era dificultado pelo prepúcio.

CONTRAS:
1- Risco cirúrgico- Não existe cirurgia invasiva que não tenha risco;
2- Pós-operatório extremamente desagradável;
3- Dificuldade para masturbação;
4- Aspecto feio da glande
5 - Com o passar dos anos há ressecamento e queratinização;
6- Perda gradual da sensibilidade e prazer com o decorrer dos anos;
7- A glande fica desprotegida constantemente.

http://30ealguns.com.br/2007/07/estudo-confirma-que-a-circuncisao-retira-a-maioria-das-partes-sensiveis/

Logo, há prós e contras no método.


Malek Chebel. Antropólogo, psicanalista, especialista no mundo árabe e no islã; Histoire de la circoncision des origines à nos jours (História da circuncisão das origens à atualidade, Balland. Coll. Le Nadir).

Assim, uma versão mais aceita da circuncisão é que ela se perde no tempo e na história humana, certamente tendo seu início em alguma prática mítico-religiosa, talvez até mesmo de emulação do sexo para sacerdotes.

Mas, fazer uma "circuncisão na alma" como fazem os cristãos... não circuncidam nada (nem mesmo essa vale, pois há uns cristãos que vou te dizer) e serviu como uma grande jogada de marketing de paulo de tarso para angariar fiéis dentre os gentios.

André Luiz Marques disse...

Antes da entrada do pecado no mundo não existiam doenças (e outros tipos de males), segundo a Bíblia. O Designer nos criou perfeitos, mas após a queda do homem, vários problemas passaram a existir, obviamente. As doenças nos conduzem à morte... "O salário do pecado é a morte."

Sendo assim, Deus, por amor, estabeleceu leis de saúde, onde muitas delas estão descritas em Levítico.

Não há dúvidas que o nº de doenças cai com a circuncisão, apesar de não ser o melhor método de hoje.

Ninguém aqui disse que a circuncisão foi uma prática exclusiva do povo de Deus da época...

Pese na "balança" os prós e os contras.

Elyson Scafati disse...

André, embora designer seja algo inexistente, nós e muitos seres vivos não possuímos perfeição em nossos corpos.

Como lhe mostrei, um prepúcio tem suas funções (não ditadas por um designer, mas evolutivamente desenvolvidas), principalmente em evitar a exposição da genitália masculina, assim como os lábios maiores de uma vagina e as nádegas quanto ao orifício anal.

Não sei se vc já percebeu, mas nenhum animal mantém sua genitália e anus expostos, pois embora sejam portas de saída de dejetos, podem serviro como portas de entrada a toda sorte de doenças, principalmente verminoses e fungos parasitas.

O mesmo vale para nossa boca, olhos, nariz ouvidos, poros e ferimentos.

Pecado, André, se considerado pelo lado filosófico da vida, é tudo aquilo que vc usa para violentar a si e a terceiros, ou seja, não existe uma "listinha" escrita por um deus. E.g. se maçã (nenhuma alusão à serpente falante do Eden) lhe faz mal e vc come, vc estará pecando contra sí mesmo.

Doenças, André, são em sua maioria agentes patogênicos. Assim, o azar do hospedeiro é a sorte deles. O mesmo vale para um leão matando uma zebra. Isto se chama ciclo da vida.

Queda do homem é uma metáfora que representa nossa fase adulta, quando aprendemos a fazer sexo e temos de cuidar da consequência dele que é a reprodução. Não mais podemos assim viver na dependência de nossos pais. Temos de levar a nossa vida (a expulsão do paraíso).

Depois disso, envelhecemos e morremos e a vida continua. Assim, basta vc nascer para estar condenado à morte.

Mesmo a serpente, André, vc pode considerá-la como um símbolo de sabedoria do Oriente Médio, bem como um deus governante dos mundos subterrâneos, onde flui a energia vital.

No Egito, Apófis, é descrita no Livro de Him no Inferno,como o demônio líder.

No Tanakh em Berishit, a serpente não se identifica com Lúcifer ou qq outro demônio. Apenas induz ao conhecimento proibido.

Pode haver uma conexão entre estas duas simbologias, já que boa parte da crença hebraica tem suas raízes no Egito.

No culto a Esculápio, o deus da medicina, ela é símbolo de auto-renovação permanete da vida.

Para Freud, a serpente do Eden nada mais é que um símbolo fálico, atinente ao desejo sexual masculino, visto pela cultura hebraica como uma transgressão aos olhos de deus se realizado sem os devidos rituis do casamento.


Voltando a Torah, segundo reza a lenda, o Genesis é uma tradição mosaica, ao que pasrece transmitida oralmente.

Embora cogite-se sobre a existência de documentos escritos antes do cativeiro da Babilônia, não havia uma unidade de doutrina e desconhecia-se uma lei escrita até os dias de Josias.

As fontes jeovista e eloísta teriam sua forma plenamente desenvolvida no período dos reinos divididos entre Judá e Israel.

A Torá viria a ser terminada nos tempos de Esdras, onde as diversas versões seriam finalmente fundidas.

Assim, iniciam-se práticas que eram desconhecidas da maioria dos antigos israelitas, que só seriam aceitas como dogmas da crença hebraica à época do Segundo Templo e dentre elas temos a Brit milá (circuncisão) e Pessach (saída do Egito).

Elyson Scafati disse...

Dessa forma, sequer os hebreus da época do suposto Moises ou muito depois dele (até meados de 1550 quando a medicina começou a entender alguma coisa com os trabalhos de Da Vinci e Servet)sabiam que brit milá era uma norma de saúde, mas apenas um ritual religioso de aliança com deus (como convencer um bárbaro a ter a pele de seu prepúcio arrancada, senão metendo medo nele pela ideia de deus?).

Mesmo as leis de "saúde" descritas no Vaikra, tem sua origem no Egito:

A comida era: pão, frutas, carne de boi, ganso, peixe e porco - é o javali africano

Os remédios mais usados eram: mel, cerveja, levedura, azeite, cebola, sementes de linho, funcho, aloé, ópio.

Na Babilônia a medicina conheceu os sintomas e a evolução de muitas doenças e praticou curas dietéticas, prescrições higiênicas e profiláticas.

A alimentação da Mesopotâmia segue abaixo:

http://mespotamis.blogspot.com/2008/08/civilizao-e-culinria-mesopotmica-parte.html


Há coisas sem o menor sentido em Levítico como a purificação de um leproso (obs. a Lepra é causada pela bactéria Mycobacterium leprae que pode ser tratada com antibióticos em uma poliquimioterapia composta de dapsona, rifampicina e clofazimina.

Assim, lepra não se purifica por meio da palhaçada abaixo:

http://www.bibliaon.com/levitico_14/


mas com remédios que eliminem o patogênico.

Tampouco circuncisão é a panacéia para a AIDS, mas sim a proteção dos genitais por meio de preservativos ou, para aqueles que preferirem uma vida monogâmica (melhor).

[Ninguém aqui disse que a circuncisão foi uma prática exclusiva do povo de Deus da época...]

Serve o registro para evitar fantasias à parte.

No mais, hoje em dia não vejo a circuncisão como algo necessário a fim de evitar problemas oriundos da falta de higiene, mas apenas como cirurgia corretiva em caso de deformação do pênis ou de fimose, bem como dentre o círculo daqueles que a veem como prática ritual, como ela sempre foi vista no seio do povo hebreu, jamais como medida profilática.

Elyson Scafati disse...

Ps:
[O Designer nos criou perfeitos...]

Então vc confessa que o designer é nada mais que o deus bíblico?

Ou seja, design inteligente não passa de religião travestida de ciência (mais especificamente, cristianismo fundamentalista de vertente protestante).

Sem dúvida, isso o torna uma versão requentada de criacionismo e, portanto, fere direito individual de liberdade de crença e, a partir disso, indica-se que ele deva ser mantido afastado das escolas laicas.

Ou seja, DI é religião jamais merecendo o status de ciência.

Elyson Scafati disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
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