quinta-feira, 27 de março de 2014

Artigo “misterioso” se opõe à evolução e é retirado do ar

Situação no mínimo inusitada
O The Journal of Biology and Life Science, publicado pelo Instituto Macrothink, retirou um artigo que admitiu: “Fósseis não fornecem [sic] evidências convincentes e diretas para a evolução”, sem motivo alegado. O anúncio completo para a retirada do artigo “Evidências fósseis (Paleontologia) opostas à teoria de Darwin”, supostamente escrito por Abdul Ahad Md., da Universidade Hajee Mohamed Danesh de Ciência e Tecnologia, em Bangladesh, e Charles D. Michener, da Universidade de Kansas foi: “O conselho editorial comunica que esse artigo foi retirado em 25 de fevereiro de 2014. Se você tiver alguma dúvida, por favor contate-nos em: jbls@macrothink.org” Esse anúncio parece ter desaparecido da web, mas está disponível no Google Cache. O mesmo vale para o artigo, que parece ter sido publicado em algum momento neste ano. Aqui está o resumo dele (e aqui o paper completo):

“A Teoria de Darwin é um tema central da biologia e de todas as teorias da evolução. A Paleontologia, o estudo dos fósseis, fornece evidências convincentes e diretas para a evolução [mas também há evidências contraditórias, é bom lembrar]. Se os organismos de mesma classe surgem a partir do mesmo ancestral, como Darwin opina, o registro fóssil deve fornecer uma série de fósseis do progressivo para os depósitos mais antigos, que mostram o estágio intermediário entre os modernos (existentes) organismos vivos especializados, mas estes não foram encontrados. No entanto, a madeira petrificada é um exemplo familiar de fósseis de plantas. Invertebrados não têm partes duras, por isso eles raramente formam fósseis, mas alguns insetos foram encontrados em âmbar como fósseis. Todos os fósseis de vertebrados são ossos fragmentados. Por exemplo, os fósseis de dinossauros são osso da coxa, osso dos braços, dentes, pegadas, rastros, mordidas, etc., e fósseis de ancestrais dos humanos são fragmentos de crânio, dentes, maxilares, etc. Mesmo esses fósseis são em quantidade insignificante e não são encontradas no formato original, mas são moldes, projeções, compressões, impressões, etc. O único fóssil inalterado é o mamute lanoso. Além disso, fósseis de transição não foram encontrados; fósseis reivindicados como de transição do Archaeopteryx e Seymouria não são transitórios, eles são verdadeiramente ave e réptil, respectivamente.


“[Ao se] obter de fósseis, são fósseis de organismos atuais ou são [eles] fósseis de organismos extintos que podem se formar durante um dilúvio universal. Evidências fósseis provam que os seres humanos não evoluíram de um animal inferior simiesco. O próprio Darwin concordou em The Descent Of Man que a origem do ser humano não pode ser explicada pela ciência. O codescobridor da seleção natural, Alfred Russel Wallace, nunca acreditou que humanos evoluíram de um animal inferior. Além disso, a estimativa de idade do fóssil ou da idade da Terra por método radiométrico e a elaboração da tabela de tempo geológico (escala) é imaginária, uma vez que olha para 3,5 bilhões anos.


“Extinção de organismos vivos nunca produz quaisquer novas espécies; se produzir, não há a necessidade de conservação da biodiversidade convencionada para evitar a extinção. Fósseis vivos provam que não há nenhuma relação evolutiva entre os fósseis e organismos existentes. Os pais da paleontologia e da geologia moderna opõem-se à evolução. Consequentemente, a paleontologia não fornece convincentes, fortes, verificadas e diretas evidências para a evolução, bem como as evidências fósseis são opostas à Teoria de Darwin. Além disso, os cientistas da maior parte dos países, exceto alguns, não têm facilidade para trabalhar com os fósseis, devido à falta de tecnologia, e eles também não têm mesmo a chance de ver os fósseis. É por isso que os evolucionistas, bem como os paleontólogos ardilosamente mostraram os fósseis como evidências diretas da evolução orgânica. Darwin afirmou que, se o registro geológico for perfeito, então a principal objeção de sua teoria da seleção natural será muito reduzida ou desaparecerá, e ele, que rejeita essas visões sobre a natureza do registro geológico, poderia justamente rejeitar toda a sua teoria.”

A conclusão: “É visto a partir de diferentes literaturas que os fósseis não fornecem evidências convincentes e diretas para a evolução; ao invés disso, a evidência fóssil é extremamente pobre e tendenciosa. Como os fósseis são em quantidade insignificante e de ossos fragmentados, assim, como os organismos vivos, não há classificação taxonômica, como ordem, família e assim por diante, exceto os dinossauros, cuja classificação é hipotética. No entanto, os evolucionistas fizeram extrema publicidade sobre fósseis para convencer os não evolucionistas. Além disso, os cientistas da maior parte dos países, exceto alguns, não têm viabilidade para trabalhar com fósseis, devido à falta de tecnologia e outros recursos. Também eles não têm chance de ver os fósseis. É por isso que os evolucionistas, bem como os paleontólogos, ardilosamente mostraram os fósseis como evidências diretas e sonoras para a evolução orgânica. Como resultado, Ho (1988) apontou que o símbolo da seleção natural é derivado da ideologia socioeconômica dominante da era vitoriana, agora rejeitado por quase toda a humanidade. De fato, grande parte da razão para o sucesso instantâneo da teoria de Darwin é que ela foi cortada do próprio tecido da era vitoriana ou sociedade inglesa. Não há motivo para ainda se agarrar a essa metáfora, pois ela não pode servir a outros fins que não para apoiar essas injustiças que lhe deram origem. Assim, artigos de pesquisa são necessários se outras evidências da evolução e teoria darwiniana da seleção natural (em A Origem das Espécies), bem como a seleção sexual (em The Descent of Man) se mostrarem verdadeiras ou falsas.”

Nos pareceu um pouco estranho que alguém como Charles Michener – um entomologista premiado que escreveu a introdução para uma edição de A Origem das Espécies de Darwin, em 1993 – fosse o coautor de um artigo como esse, por isso questionamos-lhe o que tinha acontecido. Acontece que lhe pareceu um pouco estranho também. Ele explicou:

“O documento foi apresentado com o meu nome como coautor, mesmo que eu não tivesse conhecimento do artigo e nunca tenha contribuído de alguma forma para a sua escrita ou ideias. Eu estava completamente surpreso ao descobrir o meu nome como coautor de um artigo sobre o qual eu não sabia nada. Meu desejo é que se remova o meu nome como coautor de um artigo ao qual eu não tenha feito nenhuma contribuição. Eu também solicitei que o meu nome não fosse citado como um colaborador dentro do artigo. Foi provavelmente o editor da revista que escreveu sobre a rejeição do documento, e não apenas a remoção de meu nome como coautor.”

Nós contatamos o autor Ahad e a revista para mais detalhes, e atualizaremos com tudo o que descobrirmos.

Update, 07:45 Ocidental, 3/25/14: editora da revista nos enviou esta resposta inútil: “Revista de Biologia e Ciências da Vida vai publicar o jornal online antes da data de publicação. Por exemplo, para a edição de fevereiro de 2014, os artigos aceitos durante agosto de 2013 e janeiro 2014 serão selecionados para serem publicados nessa edição. No entanto, vamos fazer o upload dos documentos online, uma vez que foram aceitos em vez de esperar a data de fevereiro de 2014. Em seguida, os leitores podem revisar o artigo e nos dar feedbacks, e nós poderíamos finalmente avaliar o valor do artigo. Com o [artigo] que você indicou há algum problema com a aceitação por parte do coautor, antes da data de publicação final (28 de fevereiro, 2014). Portanto, nós publicamos um anúncio e retiramos o artigo do site.”

(Retraction Watch; tradução de Alexsander Silva)

Lido em: Criacionismo

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