quarta-feira, 28 de abril de 2010

Pesquisadores creem ter encontrado a arca de Noé (2)

Hoje foi a vez de o Portal Terra repercutir a notícia sobre a suposta localização da arca de Noé: “Um grupo de cientistas turcos e chineses afirma ter localizado a arca de Noé no monte Ararat, de acordo com a imprensa turca. O pesquisador chinês Yang Ving Cing diz que eles encontraram uma estrutura antiga de madeira [foto] em uma altitude de 4 mil metros no monte que fica no leste da Turquia, na fronteira com o Irã. O cientista é membro de uma organização internacional dedicada à busca pela arca em que, conforme a Bíblia, Noé e sua família escaparam do dilúvio universal. Segundo Cing, a estrutura encontrada tem 4,8 mil anos. [...]”

Estranhamente, a imprensa nacional ainda mantém silêncio sobre o achado. Ontem, em língua portuguesa, creio que este blog [blog do Michelson] e portal de notícias CNTN foram os únicos a publicar a nota. Hoje apenas o Terra repercutiu o achado. Se fosse algo que contrariasse a Bíblia, creio que seria primeira página nos principais jornais...

Ontem mesmo, em conversa com o amigo Dr. Urias Takatohi, do Unasp, concluímos que a cautela deve nos fazer mesmo esperar mais informações e estudos. Segundo ele, que é doutor em física e é um dos meus entrevistados no livro Por Que Creio, numa consulta ao Google Earth com as coordenadas Latitude 39°41'46.35"N, Longitude 44°20'14.99"L e a fotos no site Panoramio (aqui, aqui e aqui), não é preciso ser especialista em geologia para perceber que a montanha chamada de Ararate (ou Ağrı Dağı) é um cone vulcânico mais recente do que o planalto de 1.800 m, do lado turco, ou o vale de 800 m do lado armênio. Na realidade, há vários cones vulcânicos visíveis em torno. “A aparência desses cones vulcânicos é bem ‘recente’”, ele avalia. “Esse tipo de montanha não cresce pela elevação do terreno existente como se observa nos Himalaias, Andes e Rochosas. A montanha cresce por deposição de material ejetado do interior em erupções vulcânicas. Se a arca tivesse ficado na região onde se esperaria encontrá-la? A 4.000 m ou soterrada no meio da montanha sob grandes quantidades de material vulcânico?”

A Bíblia afirma que a arca de Noé pousou sobre as "montanhas do Ararate" (Gn 8:4), mas não especifica sobre qual delas. Seria muito bom que a embarcação ou parte dela (se é que Noé e sua família não utilizaram a madeira para construir suas casas) fosse encontrada, mas nossa fé não precisa repousar nesse tipo de evidência. Há muitas outras.

Com relação à datação da amostra, também ficam dúvidas no ar. Para justificar idades pelo método do Carbono 14 (C14) maiores do que 6.000 anos, R. H. Brown (leia o estudo dele aqui) levanta a hipótese de que antes do dilúvio a proporção de C14 no ambiente biológico e, consequentemente, nos materiais de origem biológica deveria ser muito pequena dando uma aparência de idade maior do que a real. O petróleo e o carvão mineral, segundo os modelos criacionistas, são materiais orgânicos pré-diluvianos e apresentam proporção de C14 compatível com idades C14 correspondentes ao limite do método em torno de 40.000 a 50.000 anos. A madeira da arca deveria ter a mesma idade C14 do petróleo e do carvão mineral.

Estaria errada a idade apresentada por Cing? Conclusão do Dr. Urias: “Não podemos dizer que a datação seja obrigatoriamente discrepante, a menos que o método de datação usado tenha sido o C14.”

Fonte: Criacionismo.com.br

Leia também: Pesquisadores creem ter encontrado a arca de Noé

Nota deste blogger: Será que Deus vai nos dar este presente? Quem viver verá.

4 comentários:

Elyson Scafati disse...

Minha nossa!!!! É melhor BROWN CALAR A BOCA. Até para se falar besteira existe um limite!!! O C14 variou sua quantidade após o "dilúvio". antes tinha bem pouco, por isso tudo parece mais velho...Tenha dó!!!

Quer dizer que de repente a natureza começou a fazer C14 do nada ou resolveu liberá-lo das profundezas da Terra repentinamente.

Por acaso ele se formou na Bob Jonnes "back yard" University?

O C14 só pode ser usado para datar amostras que tenham até cerca de 50 mil a 70 mil anos de idade.

estas amostras orgânicas não parecem mais velhas, mas seu número de isótopos de C14 diminui, ou seja, estes seres vivos (no momento não mais) ou o que é oriundo deles, pararam de comer ou de fazer fotossíntese. assim não mais absorveram carbono do meio.

Logo, devido a instabilidade de núcleo de C14, ele decai, buscando um estado de menor energia.

Isso se dá, conforme a equação:

6C14 → 7N14 + -1β0

Ou seja, a cada 5700 anos temos a metade de C14 do que há quando o organismo está vivo, o que se denomina de meia vida do isótopo.

Petróleo com 40 ou 50 mil anos... não dá nem tempo dos resíduos sob alta pressão e temperatura começarem a formar a matriz dos diversos tipos de petróleo...

A idade do petróleo não se mede por C14 mas por idade do estrato sedimentar onde ele se encontra. É claro em sendo o método de C14 limitado pela idade acima, pelas medições de Brown ele terá 50 mil anos...

Por essas e outras, pegue o estudo desse embusteiro e o use para forrar gaiola de passarinho ou caixa de gato, ou na melhor das hipóteses, para ser apoio de mesa manca....

Muitos já falaram que acharam a arca de Noé. Até uma sombra na rocha já foi a arca!

Qualquer cone vulcânico crece rapidinho se o danado estiver ativo. Veja o Anak Krakatau que apareceu depois da ilha de Krakatoa ter explodido.

Ararat tem dormido nos últimos 10 mil anos, segundo afirmam os geólogos. Assim, deve ter crescido bem antes do "dilúvio". Provavelmente ele se trata de um "hot spot", como é Yellowstone, Hawaii e uma bomba sob o Grand Canyon.

Se há realmente uma estrutura em madeira, construída ou soterrada na montanha, há que se ver isso com muita cautela, pois humanos, nessa região como um todo já construíam por volta de uns 8 mil a.C.

Assim, dizer que é a arca de Noé seria no mínimo uma questão de fé no impossível e não de realidade fática.

Elyson Scafati disse...

Para vc entender quem é o C14:

http://www.seara.ufc.br/donafifi/datacao/datacao3.htm

Em referência à medição da idade de estratos sedimentares, a explicação demanda um pouco de profundidade no assunto. Há dois métodos de datação: o absoluto e o relativo.

o absoluto consiste em se medir a quantidade de isótopos radioativos pais e filhos presentes em determinada rocha magmática.

Entretanto, é costume de criacionistas afirmarem: "HÁ MAS E SE A ROCHA TIVER ISÓTOPOS FILHOS PRESENTES ELA PARECERÁ MAIS VELHA DO QUE É E ASSIM NOSSA IDÉIA DE UM MUNDO DE 6 MIL ANOS ESTÁ VALIDADA!!!! TE PEGUEI ATEU MALDITO!!!!!

Todavia há um detalhe nisso tudo que geralmente o fanfarrão Naor e o mentiroso Adauto e o omisso Menthon omitem...

Elementos químicos distintos possuem propriedades físico-químicas distintas. Assim, tem mais capacidade de reagir com alguma coisa que com outra, pontos de fusão, densidade, eletronegatividade, raios atômicos, calores específicos, massa atômica dentre outras.
(veja aqui:

http://www.conteudoglobal.com/cultura/tabela_periodica/index.asp?action=propriedades_periodicas_aperiodicas&nome=Propriedades+Peri%F3dicas+e+Aperi%F3dicas)

Elyson Scafati disse...

Assim, há determinados pontos onde temos maior concentração de isótopos naturais e de isótopos filhos.

Por exemplo:
O chumbo tem 4 isótopos naturais estáveis:
Pb-206 (24.1%)
Pb-207 (22.1%)
Pb-208 (52.4%).
Estes são os produtos finais de uma complexa cadeia de decaimento que se inicia com o U-238, U-235 e Th- 232, respectivamente.

Cada um deles é documentado em relação ao 204Pb(1.4%), o único isótopo natural radioativo, que devido a sua longa meia-vida pode ser considerado estável.

Assim, estes chumbos estarão mais concentrados em determinados pontos de nossa rocha a ser analisada.

O magma demora a se cristalizar e assim, eles podem livremente fluir e reagir pela nossa rocha derretida. A superfície de um derrame de lava pode até estar sólida, mas o interior da rocha ainda é uma mini fornalha.

Assim, as partes da rocha onde encontrarmos maior gradiente de elementos filhos serão despresadas como amostra e naquelas onde encontrarmos um maior gradiente de elementos pais é que serão analisadas.

Por que gradiente? Há um decréscimo estatístico destes elementos dentro de nossas rochas. É claro que não teremos Pb de um lado e U de outro. É isso que dará um erro estatístico ao analisarmos as amostras, o que denominamos de desvio padrão das amostras.

Assim, não há qualquer problema com o método absoluto de medição, como apregoam os YECs.

Já o método relativo consiste em estabelecer a idade de estratos sedimentares. Ai vem os criacionistas e dizem: MAS VC MEDE ISSO COM BASE EM FÓSSEIS. ASSIM, ATEU MALDITO O MÉTODO É CIRCULAR, LOGO NÃO VALE NADA!!!

Mas eles se esquecem que nosso planeta é muito legal e felizmente há estratos sedimentares entre rochas magmáticas e há afloramentos destas em muitos lugares.

Assim, podemos medir a idade de uma e de outra camada magmática e sabermos qual a idade dos estratos sedimentares.

Há estratos que se depositam rapidamente, devido a deslizamentos de terra, cheias de rios, cheias de marés e outros mais lentamente como humus, leitos marinhos, lacustres e formações de arenito que são areia sólida.

Estas tachas de deposição são conhecidas, conforme as marcas que deixam na rocha.

Mas elas guardam fósseis. Logo podemos dizer se são estratos ordovicianos, triássicos ou do plioceno.

Sintetizando: combina-se o método absoluto, com a taxa de deposição dos estratos para termos suas idades.

Mas quanto aos fósseis, servirão apenas como parâmetro quando não encontramos estratos magmáticos junto com nossas rochas sedimentares. Ai sim eles são utilizados como meio de datação. Portanto, não há qualquer circularidade no método relativo.

É assim que medimos as idades dos petróleos e das minas de carvão, pelo estrato sedimentar onde eles se encontram (geralmente rochas porosas e xisto).

Portanto, jamais fale em C14 para medir idade de minerais, carvões ou poços de óleo e gás. As quantidades de C14 são ínfimas, mesmo sendo todos os dias fabricado. Se encerrado por 60 mil anos teremos decorridas 10 meias vidas o que fará com que reste (x/2^10) de C14, ou seja, nada é indetectável. Daí ele não se prestar para tais medições.

Espero ter derrubado de sua vida mais um dos mitos "criados" por criacionistas.

Elyson Scafati disse...

Para aprender física e datação:

http://www.seara.ufc.br/donafifi/datacao/datacao1.htm

leia os 8 programas.

http://www.lapes.ufrgs.br/discpl_grad/geologia1/peroni/apostilas/2geogeral_2003.pdf

http://www.iag.usp.br/~eder/ensinarcompesquisa/Geofisica_Nuclear_f.pdf

http://www.geobrasil.net/geoinfo/docs%5Cgeocron.pdf

http://www.pesquisasemgeociencias.ufrgs.br/3501/03-3501.pdf

http://www.ige.unicamp.br/terraedidatica/volume_1/pdf-v1/t_didatica_2005_v01n01_p006-035_carneiro.pdf

http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/0212146_06_cap_02.pdf

deve ser algo bem diferente do que está acostumado a ler no site da SCB...

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