sábado, 9 de outubro de 2010

Órion e os Eventos Finais

A nebulosa de Órion ocupa um lugar especial no coração Adventista. Desde 1848, quando Ellen White mencionou Órion em sua visão no livro Primeiros Escritos, os Adventistas têm ansiosamente focado seus olhos, binóculos e telescópios para esse lugar no céu em busca de sinais e evidências da Segunda Vinda. A passagem em questão diz:

Nuvens negras e densas subiam e chocavam-se entre si. A atmosfera abriu-se e recuou; pudemos então olhar através do espaço aberto em Órion, donde vinha a voz de Deus. A santa cidade descerá por aquele espaço aberto. (PE, 41).

(...)

Ellen White poderia ter incluído Órion na descrição do Grande Conflito mas não o fez, obviamente porque o suposto “espaço aberto” que em 1848 ela entendeu como Órion através de José Bates, agora deu lugar ao “espaço claro de glória indescritível“. Note que esses termos já haviam sido usados pra descrever o que ela vira em 1847. Note também a diferença entre espaço “aberto” e espaço “claro”. É evidente que ela procura criar a distinção entre sua interpretação anterior que tinha relação com o “espaço aberto” de Órion.

Vários autores adventistas têm chegado à mesma conclusão. Kheon Yigu publicou uma monografia na Universidade Sahmyook em que fez um estudo histórico sobre o desenvolvimento da crença em Órion na Igreja Adventista onde também conclui que a menção posterior do “espaço claro” no Grande Conflito deve substituir Órion. [14] Martin Carey cita o fato de que já em 1864, o astrônomo Huggins focalizou seu telescópio para Órion e descobriu que a suposta “abertura” não passava de gases em combustão. [15] Os Drs. M. Sprengel e D. Martz, ambos professores de ciências no Pacific Union College analisam numa série de 3 artigos na Revista Adventista [16] (Review and Herald) a citação de Órion e como o entendimento dos astrônomos foi aumentando através dos avanços da ciência e concluem que a comparação do “espaço aberto” com Órion é fruto da influência de José Bates. (...)

(André Reis - Cursou Teologia no Unasp-2 e foi tradutor e assistente de pesquisas no Centro White UNASP-2 de 1992-95. Cursa Ph.D. em Teologia pela Universidade Adventista de Avondale.)

[Leia o artigo na íntegra clicando aqui - é importante ler tudo]

Nota: É preciso deixar claro que este artigo polêmico foi republicado aqui (visto no blog Advir) com o intuito de apresentar uma segunda interpretação (muito plausível, por sinal) sobre a questão das visões de Ellen White sobre os eventos finais e como será a segunda vinda de Jesus, e não tem em hipótese alguma dividir os irmãos adventistas sobre o tema ou pôr em dúvida a integridade dos relatos proféticos da nossa irmã Ellen, conforme bem esclarecido no próprio artigo. O propósito é edificar e não confundir ou polemizar, deixando o ônus da aceitação ou não com você. Deixo ainda claro que o que realmente importa mais é que Jesus virá (de uma forma ou de outra) com poder e muita glória, sendo que todo olho o verá. Depois de trocar umas ideias por e-mail com o autor deste artigo e irmãos que apresentavam (não sei se ainda vão apresentar) ou conheciam somente a outra versão, decidi republicar o artigo aqui, baseado no seguinte argumento proferido pela própria Ellen White:

"O fato de não haver controvérsias ou agitações entre o povo de Deus, NÃO DEVERIA SER OLHADO COMO PROVA CONCLUSIVA DE QUE ELES ESTÃO MANTENDO COM FIRMEZA A SÃ DOUTRINA. Há razão para temer que não estejam discernindo claramente entre a verdade e o erro. Quando não surgem novas questões em resultado de análise das Escrituras, quando não aparecem divergências de opinião que instiguem os homens a examinar a Bíblia por si mesmos, para se certificarem de que possuem a verdade, haverá muitos agora, como antigamente, que se apegarão às tradições, cultuando nem sabem o quê. E há muitos na igreja que contam por certo que compreendem aquilo em que crêem, mas que até surgir uma discussão, ignoram sua fraqueza.

"Agitai, agitai, agitai! Os assuntos que apresentamos ao mundo devem ser para nós uma realidade viva. É importante que, ao defender as doutrinas que consideramos artigos fundamentais da fé, nunca nos permitamos o emprego de argumentos que não sejam inteiramente retos. Eles podem fazer calar um adversário, mas não honram a verdade. Devemos apresentar argumentos legítimos, que, não somente façam silenciar os oponentes, mas que suportem a mais profunda e perscrutadora pesquisa."(Obreiros Evangélicos, p. 298, 299).

4 comentários:

Elyson Scafati disse...

Sinceramente onde vc quis chegar com esse artigo?

Seria Jesus tomando um ônibus espacial e vindo de Órion em dobra 10? É isso?

Se sim, o dito cujo não passaria de um ser extra-terrestre, ou seja, não tem nada de filho de um deus ou de onitudo.

Nada mais seria que um ser plenamente natural, porém de uma espécie superior a nossa em termos tecnológicos e mesmo em termos de "espiritualidade" ou necessidade de um corpo para viver.

Ou seria isso mais um dos "surtos esquizofrênicos de Ellen"?

Órion André, é simplesmente uma constelação (a 1500 anos luz daqui) a qual contém estrelas brilhantes e visíveis em toso o nosso planeta. A nebulosa de Órion é um berçario de estrelas, nada mais.

Possibilidades de haver vida em Órion? Sim, desde que longe da agitação da nebulosa, em órbita de estrelas já formadas, como Betelgeuse, e em uma Zona Goldilocks.

Só umas perguntas, vocês adventistas vivem em que século? Ainda acreditam em deuses vindos do céu em cavalos alados? Se existir alguém lá fora vc acha que é para nos salvar?

É extremamente irresponsável ficarmos mandando mensagens dizendo "olha estamos aqui". Sabe-se lá o que existe nesse universo. Provavelmente uma vinda de ETs aqui seria o mesmo caso de Colombo chegando na América. Não foi nada legal para os nativos.

Anônimo disse...

Acho que o André Reis está equivocado. Pode ser que Jesus não volte por Órion, entretanto Ellen White afirmou claramente que a cidade santa desceria por ali, eu acredito nisso. Acho que afirmar qualquer outra coisa é muito perigoso, como disse Paulo: "Eu digo isso a vocês para que não deixem que ninguém os engane com explicações falsas, mesmo que pareçam muito boas". Se Ellen White disse, está dito, não podemos querer ir por outro viés.
Que Deus o abençoe.

André Reis disse...

Anônimo,

Ellen White também afirmou que as estrelas do universo refletem a luz do Sol no livro Educação p. 16.

Segundo seu raciocínio, temos que considerar EGW autoridade absoluta em astronomia, embora a astronomia moderna tenha descoberto que nenhuma estrela do universo reflete a luz do Sol.

Jesus também afirmou que as estrelas cairão do céu: como conciliar isso com o fato de que as estrelas do céu são milhões de vezes maiores do que a terra e não poderiam "cair nela"?

Precisamos contextualizar essas afirmações para não forçar interpretações absurdas e insustentáveis sobre a Bíblia.

Um abraçø

Elyson Scafati disse...

Simples, André Reis: Desconsidere tudo isso, pare de flutuar e bote seus pés no chão.

Hellen e Jesus não sabiam nada de astronomia. Ou seja, eram ignorantes no assunto.

Sem falar que Hellem era completamente pirada (acho que o designer a fez com uns 20 parafusos a menos...).

Na época de Jesus achava-se que as estrelas eram pontinhos na abóbada celeste e que eram menores que a Lua.

Quando um pequeno asteróide caia, achavam que as estrelas tinham se desprendido do céu, por isso "estrela cadente".

Logo, não há nada de linguagem figurada e tudo o que ambos disseram ou disseram por eles é puro nonsense.

Abraço

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