quarta-feira, 2 de junho de 2010

Autoavaliação sobre contribuição de disciplina para minha formação acadêmica

[Inauguro, com esta postagem, o blog "Outra Geografia", que estou construindo. Como faço algumas vezes nos textos que escrevo na faculdade, fui polêmico neste texto ao pôr minha ótica cristã, de forma coerente com o objetivo proposto]

A seguir, apresento o texto de uma autoavaliação sobre meu aprendizado, com relação à disciplina de Supervisão de Estágio em Geografia III, solicitada pelo respectivo professor à classe.

A disciplina de Supervisão de Estágio tem importância fundamental na formação de graduandos do curso de Licenciatura Plena em Geografia. Visto que fornece aos acadêmicos a base teórica norteadora e iniciação à prática de regência em sala de aula, como se fosse uma pré-estréia da atividade profissional em si. Porém, o sucesso profissional do futuro professor de Geografia depende também de algumas características peculiares de cada graduando. Ou seja, fornece um preparo adequado para o estagiário, mas não é tudo. Tomaremos para análise minha própria experiência formativa, que está em sua fase final neste ano de 2010.

Ao contrário do que alguns pensam hoje, ser professor é uma missão valorosa que deve ser encarada com seriedade e senso de grande responsabilidade, por se tratar de um profissional que é um dos maiores responsáveis pela educação de crianças e jovens (principalmente), se não o maior deles. Sendo assim, vejo que, para esta missão profissional ser bem-sucedida, uma boa formação acadêmica tem grande peso, logicamente. A disciplina de Supervisão de Estágio em Geografia está sendo para mim de grande valia, uma vez que aprendo as principais correntes pedagógicas que regem o ensino-aprendizado na maior parte das escolas do Brasil e do mundo, podendo eu fazer uma comparação entre elas e notar suas vantagens e desvantagens.

Teorias pedagógicas principais estas como a Tradicional, que foi muito usada no final da Idade Média, vindo a perder sua hegemonia com o surgimento do movimento Escola Nova, sendo uma teoria não-crítica e magistrocêntrica. Dentro do escolanovismo surgiram teorias como a Humanista, que defende a individualidade e independência do aluno, sendo pedocêntrica; a Cognitivista, baseada na ideia da interação sujeito-objeto para o desenvolvimento do aprendizado do aluno; a abordagem Sócio-Cultural, que enfatiza aspectos sócio-político-culturais e vê o homem como agente transformador desses aspectos e outros, tendo uma relação horizontal professor-aluno, onde ambos aprendem; a Comportamentalista, ligada ao método condicionante, modelos de ensino e vê o aluno como objeto de aprendizagem; etc. Vemos ainda, na disciplina de Supervisão de Estágio em Geografia, as pedagogias Tecnicista e Histórico-Crítica. Aquela se refere ao uso de técnicas de reprodução da sociedade voltadas para o ensino, sendo não-crítica e de interesse capitalista; e a Histórico-Crítica é a pedagogia adotada pela maioria das escolas públicas do estado do Paraná, por exemplo, onde o aluno é incentivado a pensar a sociedade e suas relações dialéticas de forma crítica, contextualizada com a evolução histórica, sugerindo uma revolução nos sistemas, a fim de tornar a sociedade mais igual em direitos e deveres, de fato. Isso, pelo menos, é a proposta no papel, já na realidade...

Identifico-me mais com a última abordagem pedagógica apresentada acima, de modo geral, ao compará-las entre si. Mas, ao estudar uma outra teoria pedagógica paralelamente a aquelas acima, que não é ensinada na universidade pública (e nem deve ser), vejo que tenho que citá-la e apresentá-la (mesmo que superficialmente) aqui, por julgar ser mais completa e mais eficiente (apesar de também estar longe de ser perfeita) que as demais aprendidas na disciplina de Supervisão de Estágio em Geografia ou em outras disciplinas.

Trata-se da Pedagogia Adventista, que é adotada pela Rede Adventista de Ensino, existindo no Brasil e em outros países, uma das maiores redes particulares de ensino do mundo. É uma pedagogia confessional que tem as seguintes características principais: ênfase na formação do caráter através dos relacionamentos; visão do homem como um ser em permanente mudança, capaz de aperfeiçoar-se, autônomo, social e transcendente; vê o mundo como um ambiente criado e sustentado para o desenvolvimento do homem segundo o propósito de Deus, o Criador descrito na Bíblia; a sociedade/cultura em processo de restauração e agente educador, onde as pessoas dependem delas para seu desenvolvimento (ao contrário da Humanista, de Neil); escola como agência de educação em cooperação com a família, a igreja e a comunidade; conhecimento é a revelação de Deus e se dá pelas inter-relações Deus-homem-mundo; o ensino-aprendizagem ocorre pela prática da cidadania; relação horizontal maior que vertical entre professor e aluno; metodologia baseada nos métodos de ensino de Jesus Cristo selecionados pelo professor, de acordo com a individualidade dele; avaliação processual, mútua e do ambiente; modelo relacional; e, por fim, tem como precursora a escritora norte-americana Ellen G. White. O livro Pedagogia Adventista é publicado pela Casa Publicadora Brasileira (CASA). Lembrando que todas as abordagens têm seu valor e devem ser consideradas. (...)

[Leia o texto na íntegra clicando aqui]

Um comentário:

Tathys disse...

Olá,caro amigo André.Lendo sua autoavaliação pude voltar a um passado não tão distante, onde eu estivi no papel de aluna. Me recordo com grande orgulho e admiração de alguns professores que tive até o ensino médio.

Alguns me deixaram triste por não terem lutado contra um regra "falsa" onde somente uma pessoa seria a beneficiada,a diretora, com isto perdemos e muito em nosso aprendizado nas aulas de química. Casos raros, talvez, mas triste por nós alunos nada podermos fazer em relação. Vivi a realidade de um colégio público e bem defasado, poucos professores conseguiam motivar-nos, no entanto admiro e respeito, pois levar conhecimento exige muita dedicação, força de vontade e gosto pelo que faz.Ainda hoje tenho em minha mente alguns rostos dos quais me marcaram por possuirem tanto talento.
Acredito, caro amigo, que só com vivência os professores conseguem se sobresair.Realmente alguns tem o dom nato, mas não é tudo, vi muitos que não o pussuiam, entretanto se tornaram excelentes pela força devontade e determinação.

Um fato que muito me entristeceu é a falta do ensino religioso durante meus estudos. Reconheço que fácil não seria pois dentro de uma mesma classe há diversas crenças. Acredito que contribuiria e muito para melhora do carácter de nossas crianças e adolescentes de hoje. Triste é saber que nem sempre a realidade aprendida na escola é a vivida em seus lares. Me refiro a paes que fumam e bebem, mães que são vítimas de violência,drogas e armas expostas e acessíveis, etc.

Contudo, encerro meu comentário deixando meus aplausos aos professores que em muito contribuíram para minha formação até hoje.

Deixo aqui meus siceros votos de sucesso na sua jornada que em breve, muito breve começará. Você pode até se considerar sem dom, mas possui qualidades que o tornará brilhante.

Abraço,
Talitha.

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