sexta-feira, 30 de julho de 2010

Gênesis versus evolução

A seguir, trecho interessante do livro Criação ou Evolução, de Henry Morris.

"O Livro de Gênesis (significando 'princípios', 'origens') é, nestes dias de cinismo, frequentemente considerado como nada mais que uma coleção de lendas antigas de épocas primevas menos sofisticadas. Alguns tomam as histórias do Gênesis como alegorias contendo certos valores morais e espirituais, embora não verazes no sentido histórico."

"Mas o cristão que crê na Bíblia não pode aceitar essas ideias. Para ele, Gênesis constitui o alicerce sobre o qual se ergue todo o edifício da Escritura. O Novo Testamento, por exemplo, cita Gênesis diretamente, ou a ele se refere, nada menos de sessenta vezes. Cristo e os apóstolos obviamente aceitaram Gênesis como histórico e divinamente inspirado."

"Ao considerarmos os onze primeiros capítulos de Gênesis, veremos que todos os dados verdadeiramente científicos e históricos apoiam a verdade do registro bíblico. Veremos também que os propósitos de Deus em Seu grandioso plano de salvação ligam-se inseparavelmente a esses mesmos fatos." (p. 8).

Lendo isso me lembrei da seguinte frase de A. W. Tozier: "Se eu crer em Gênesis 1:1, 'No princípio Deus...', o restante da Bíblia não será problema para mim."

Já li livros que tentam (desastrosamente, vejo hoje) conciliar o evolucionismo com os relatos bíblicos, tais como o livro Criação e Evolução - Deus, o Acaso e a Necessidade, de Newton Freire-Maia, e alguma coisa dos trabalhos de Teilhard de Chardin; mas para tanto, eles ignoraram e/ou interpretaram incoerentemente outras passagens bíblicas tanto no Novo como no Velho Testamentos que apresentam os relatos de Gênesis como sendo literais (excluindo ~5% dos textos, que são simbólicos. Ex: Gn 3:15). Ou seja, tentaram misturar água e óleo. O apóstolo Paulo, por exemplo, citou Adão como sendo uma pessoa real e por meio de quem entrou o pecado no mundo:

"Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram. Porque até ao regime da lei havia pecado no mundo, mas o pecado não é levado em conta quando não há lei. Entretanto, reinou a morte desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual prefigurava aquele que havia de vir." (Romanos 5:12-14 - destaque provido).

Aceitar que a Bíblia concorda com a evolução (como faz a Igreja Católica, por exemplo) é quebrar sua teologia e chamar os escritores da Bíblia de mentirosos (incluindo até Jesus indiretamente, pelas palavras que disse e que são citadas nela). Mas o pior de tudo é dar ao entender que foi Deus quem criou o sofrimento e a morte, uma vez que a evolução diz que estes sempre existiram desde o início e sempre existirão, sendo natural. Ora, isso implica dizer que não existe pecado, pois sofrimento e morte não seriam consequências deste. Sendo assim, para quê Jesus morreu? Vê onde está o problema com esta ideia? Se a evolução for um fato, Jesus morreu em vão. Louvado seja Deus que não é assim! Logo logo estaremos com o Rei, salvos do sofrimento e da morte, por meio da fé nEle.

André Luiz Marques

Leia também: Mistura impossível

2 comentários:

Elyson Scafati disse...

O que esperar de Henry Morris Andre? Um fundamentalista, maluco e desvairado que andou a vida toda atrás da arca de Noé a fim de provar que sua crença é a verdade absoluta acima de tudo.

Sim André, Genesis, como boa parte da bíblia não passa de mitologia carregada de simbolismo, muitas vezes sem nenhum fundamento histórico.

["Ao considerarmos os onze primeiros capítulos de Gênesis, veremos que todos os dados verdadeiramente científicos e históricos apoiam a verdade do registro bíblico. Veremos também que os propósitos de Deus em Seu grandioso plano de salvação ligam-se inseparavelmente a esses mesmos fatos."]

Acho que Morris deveria estar fora de órbita quando escreveu isso ou era desonesto mesmo. Nada absolutamente nada apóia Genesis como fato histórico. Já o plano de salvação não passa de uma invencionice cristã.

Não apóio Freire Maia em sua iniciativa, uma vez que não dá para forçar a barra e fazer a crença religiosa se coadunar a fatos científicos. Isso é fazer má ciência e má religião, postura esta muito frequente em criacionistas.

Quanto aos escritores bíblicos,assim como o suposto Jesus, jamais mencionaram qq coisa de cunho científico, mas de cunho meramente religioso.

Eram pessoas ignorantes em ciências. Assim, mente de forma descarada quem faz tal alegação, pois a bíblia não se trata de um compêndio científico.

Para finalizar, a TE ou qq coisa que cientificamente se preze não trata a respeito de deuses, ou do imaginário humano, mas de coisas pertencentes ao mundo real.

É obvio que se o suposto Jesus existiu, ele não morreu a fim de salvar ninguém. Sua morte foi em decorrência de questões políticas em relação à Roma e às elites judaicas.

Estas elites não desejavam problemas com Roma, pois sabiam que sua fúria seria implacável sobre o povo, o que de fato aconteceu em 70 d.C.

Assim qq tentativa ou oratória que instigasse insurreições eram violentamente reprimidas por Roma com o apoio das elites.

É fato que houve na região crucificações em massa e os motivos eram justamente instigações contra os dominadores (imagine o efeito psicológico que causava uma crucificação...).

Vc realmente chegou onde eu queria... A bronca contra a TE é meramente ideológico-religiosa, pois vocês se recusam em aceitar que morrerão e terminarão como toda e qq forma de vida existente aqui e, quiçá, no universo. Ou seja, vocês fundamentalistas não têm compromisso algum com a verdade, mas apenas com sua ideologia da salvação.

Mas, sonhar faz bem e ainda não paga tributo.

Elyson Scafati disse...

Resumindo, para vc como para o brincalhão e estelionatário intelectual do Morris (não digo que o diabo o tenha, pelas mentiras dele, pois não acredito em nada dessas idiotices, mas que ele retorne ao ciclo do oxigênio, do cálcio, do carbono, do nitrogênio, da água , etc), a TE é verdadeira ou falsa pelo tanto que vc e ele gostam ou desgostam dela e pelo quanto ela se coaduna ou não ao que prega a vossa crença.

Ou seja é o argumentum ad consequentiam, uma variante da falácia do apelo à emoção.

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