Da agência de notícias Swichinfo.ch:
Centenas de adventistas do 7° dia vieram de 90 países até Genebra para avaliar as possibilidades de parceria com a Organização Mundial de Saúde. A cooperação suíça relativiza.
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É um aliança estranha ou uma parceria de razão? O fato é que a Organização Mundial de Saúde (OMS), sediada em Genebra e dirigida por 193 Estados-membros, trabalha intensamente com organismos religiosos para implantar princípios de saúde pública nas regiões mais pobres do mundo. Se a finalidade da parceria parece evidente, algumas questões fundamentais ainda não foram respondidas.
Higiene de vida exemplar
Enquanto a OMS quer passar uma mensagem estritamente pragmática, certas igrejas não concebem a saúde sem Deus. Centenas de membros da Igreja Adventista do 7° Dia (umas das maiores comunidades protestantes fundada em meados do século 19 nos EUA) estiveram na semana passada em Genebra para avaliar com especialistas da OMS uma forma de colaboração.
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"As organizações religiosas de todas as confissões assumem 40% dos cuidados médicos no mundo. Há vários anos elas estão incluídas em nossas estratégias de saúde", afirma Ted Karpf, responsável de parcerias na OMS.
"Nosso projeto com os Adventistas do 7° Dia funciona nessa perspectiva. Eles são 25 milhões de membros [Nota: Na verdade, até 2006 a IASD continha pouco mais 15 milhões de membros batizados e cerca de 6 milhões de simpatizantes, mas é uma das que mais cresce no mundo] e possuem cinco mil hospitais, sobretudo nos países pobres. Com uma higiene de vida exemplar – sem álcool, sem café, sem carne – a mensagem deles sobre a saúde é muito coerente. Além disso, eles desenvolveram um sistema de comunicação muito sofisticado, via satélite, que lhes permite atingir as regiões mais distantes e menos favorecidas. Para nós, uma infraestrutura dessas é muito preciosa", explica Karpf.
Se distanciar do sistema messiânico
Mas como a OMS faz para apoiar programas de saúde e se distanciar do discurso messiânico? Para os adventistas do 7° dia, como para a maioria dos movimentos religiosos, bem-estar físico e espiritual são indissociáveis. Como lembra Allan Nandysides, diretor de saúde nas relações com essa Igreja, a OMS mantém critérios científicos.
"Nossas enquetes de campo demonstraram que eles não utilizam a saúde para fazer proselitismo, garante o funcionário da OMS. Queremos que as Igrejas se desenvolvam segundo as prioridades da ONU, particularmente os objetivos do milênio para o desenvolvimento como o de reduzir a mortalidade infantil, melhorar os cuidados com as mães, combate à AIDS, ao paludismo e outras doenças. Cabe a eles saber até onde estão dispostos a colaborar."
Colaborações mais soltas
Foi esse o objetivo da reunião de Genebra. "Estamos prontos a nos engajar em uma parceria de contrato legal, afirmam Allan Handysikes e Peter Lankless, especialista da Igreja para a prevenção do alcoolismo e das drogas. Esta etapa é prematura e implica concessões incompatíveis para as duas partes. Preferimos elaborar colaborações mais soltas.
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Se a OMS pode aproveitar das excelentes infraestruturas dos Adventistas do 7° Dia, estes também reconhecem que precisam, na era da mundialização, das redes e bancos de dados da OMS.
"A OMS pode nos ajudar no diálogo com os governos", confirma Peter Landless. "Além disso, a agência estabelece linhas diretrizes de boas práticas e identificou exatamente as necessidades em todo o mundo. Todos esses dados são indispensáveis para trabalhar de forma eficaz."
Enquadrar
Para Anne-Marie Holenstein, especialista em questões de desenvolvimento e religiões e consultor independente da Direção de Desenvolvimento e Cooperação (DDC, agência do governo suíço), essa colaboração é positiva. "Os adventistas não são uma seita e são interessantes do ponto de vista geográfico. É a Igreja protestante mais implantada no mundo (mais de 200 países)".
A especialista da cooperação suíça, contudo, faz ressalvas. "Seus adeptos aumentam de maneira muito rápida, o que significa que eles são muito ativos na evangelização. Órgãos como a DDC e a OMS devem questionar e impor barreiras. Eles utilizam seus serviços de saúde para fazer proselitismo? Seus hospitais são abertos a todos? Com que critérios eles avaliam a saúde espiritual dos pacientes?
"Trata-se de um conceito filosófico que não implica seletividade nos tratamentos de pacientes", afirma Ansel Oliver, porta-voz da Igreja, acrescentando que o pessoal médico é de várias religiões.
Mas, para Anne-Marie Holenstein, não pode haver colaboração sem acordo sobre os critérios e métodos de gestão. "As partes poderiam se entender sobre os riscos potenciais e sobe uma avaliação comum. É de interesse de todos os parceiros", conclui.
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Nota: A Igreja Adventista está sendo "luz para o mundo", conforme ordem do Médico dos médicos e Criador de toda a vida, Jesus Cristo. Amém por isso!
segunda-feira, 20 de julho de 2009
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