segunda-feira, 3 de novembro de 2008

A Geografia e a Bíblia

Uma de minhas paixões é estudar geografia, definida como ciência da análise espacial e do estudo da dinâmica das relações entre o meio físico inanimado (solo, clima, rocha, relevo, hidrografia, etc), a flora e a fauna, além do homem. O interesse por esta ciência cresceu ainda mais ao estudar a Bíblia e notar vários relatos que envolvem geografia.

Na faculdade, meus professores (sobretudo de cartografia) me ensinaram que o homem só passou a ter consciência de que a Terra era redonda a partir dos três primeiros séculos antes de Cristo, com os gregos, dos quais se destacaram Erastóteles e Eratóstenes de Cirene (276 a 196 a.C.), por exemplo. Aquele, elaborou três provas de que a Terra teria um formato circunférico:

1. A sombra da Terra sobre a Lua apresentava-se arredondada;

2. A altura dos astros em relação ao horizonte variava, quando um viajante se deslocava de norte para sul e vice-versa;

3. Quando os navios se afastavam do porto, desapareciam primeiro os seus cascos e, por último, os mastros.

Eratóstenes de Cirene foi mais a diante, fez uma das primeiras medidas da circunferência da Terra, onde, pelas condições técnicas que dispunha na época, obteve um erro de cálculo de 6 mil quilômetros (46.000 km de circunferência, quando hoje se sabe que são aproximadamente 40.000 km de circunferência). Ele foi o matemático que chegou mais perto da verdadeira medida da circunferência da Terra em seu tempo.

Mas infelizmente, na Idade Média, esta e outras verdades científicas foram jogadas por terra, por pessoas ditas cristãs e com o apoio hegemônico da Igreja Católica Apostólica Romana. A título de ilustração, a obra denominada Topografia Cristã, de autoria do frade Cosmas Indicopleustes, editada por volta do ano 535, em que este nega a existência de Antípodas (lugar que seria diametralmente oposto a outro no globo terrestre); nega também a idéia da esfericidade da Terra. Para ele, a Bíblia não podia admitir um mundo de face para baixo. Tais idéias seriam contrárias aos ensinos cristãos, pois a Teologia era a rainha das ciências e tudo que houvesse para ser dito já estaria contemplado nas Sagradas Escrituras. Outrossim, os romanos e outros povos influenciados pela sua cultura acreditavam que a Terra era um imenso tabuleiro circular, representado em mapas chamados de Orbis Terrarum, de forma que os navegantes tinham medo de ir muito longe da costa com seus navios temendo cair em um precipício, local onde terminaria a extremidade da Terra.

Pobre frade, mal soube ele que as próprias Escrituras Sagradas apoiavam (e apoiam) a idéia da esfericidade da Terra. Penso eu que o frade Cosmas Indicopleustes não atentou às várias passagens bíblicas que se referem a esta questão, tais como:

1. “Ele é que está assentado sobre a REDONDEZA da Terra...” Isaías 40:22;

2.Traçou um círculo à superfície das águas, até aos confins da luz e das trevas 26:10;

3. “Então, elas (as nuvens), segundo o rumo que ele (o sopro de Deus) dá, se espalham para uma e outra direção, para fazerem tudo o que lhes ordena sobre a REDONDEZA da Terra.” 37:12.

Teríamos outros trechos para anexar a estes, mas são menos diretos e precisam de um contexto maior.

Como se vê, a Bíblia, mesmo não sendo um livro de ciência, quando menciona um fato científico nunca erra. O livro de está repleto de outras informações de cunho científico. Lembrando que este e o Tentateuco (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio) são livros do Antigo Testamento que foram escritos por Moisés 1.500 anos a.C. assim como o livro escrito por Isaías também é anterior à “descoberta” dos gregos a partir dos três primeiros séculos antes de Cristo, sobre a forma da Terra.

Portanto, a Bíblia (e os que liam-na sem tradicionalismos e outros empecilhos contradizentes à verdade) já afirmavam a redondeza da Terra como um fato. Deve ser por isso que Cristóvão Colombo descobriu a América, pois não deu ouvidos à tradição comum, difundida pela Igreja C. A. Romana, que afirmava terem os oceanos um limite aonde tudo caia no abismo, como numa imensa cachoeira, tendo lido sobre a redondeza da Terra na Bíblia ou em escritos gregos (menos provável, porque era genovês). Do contrário, poderíamos tratá-lo como um louco aventureiro, que tal?

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