"O fato é que estamos causando hoje as mudanças do clima do futuro. Os riscos geológicos são mais uma área de atividade sobre a qual ainda não refletimos", diz Bill McGuire, da Centro de Pesquisa de Riscos Aon Benfield UCL, do University College de Londres. Ele organizou um encontro de vulcanologistas e oceanógrafos em sua universidade, nos dias 15 a 17 de setembro, para atrair atenção ao problema.
Em gelo finoUma prioridade é desenvolver modelos mundiais de como as mudanças no clima podem causar mudanças na atividade geológica, e sobre o modo pelo qual esses processos podem retroalimentar o sistema. No momento, não existem modelos desse tipo, de acordo com David Pyle, especialista em vulcões da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e um dos palestrantes no encontro organizado por McGuire.
O problema é complexo, exacerbado pela dificuldade de separar situações causadas pelo clima dos efeitos de uma erupção vulcânica - os aerossois emitidos por uma erupção terão consequências para a química da atmosfera, e isso por sua vez afeta o clima. "As complexas consequências das atividades vulcânicas para a biosfera atmosférica continuam a ser compreendidas de maneira imprecisa", afirma Pyle.
Mas existem certamente alguns indícios de que menos gelo significa mais erupções dramáticas. "À medida que o gelo espesso se torna mais fino, pode surgir uma alta na explosividade das erupções", afirma Hugh Tuffen, da Universidade de Lancaster, Inglaterra.
Tuffen já fez viagens de pesquisa a diversos países, entre os quais Islândia e Chile, para estudar vulcões. Os efeitos das mudanças climáticas ao longo dos próximos 100 anos serão diferentes para diferentes vulcões, ele afirma, e muito mais dados serão necessários se desejamos compreender quais podem ser esses efeitos. Mas recolher esses dados não é uma tarefa trivial. Vulcões são lugares isolados e perigosos para viagens de pesquisa.
Deficiências nos dados
Por exemplo, na Islândia, ao final do ultimo período de deglaciação, cerca de 11 mil anos atrás, houve um grande surto de atividade vulcânica que, hoje, é vista como relacionada à presença de águas geradas pelo derretimento da camada de gelo e que vieram a inundar a área.
Nos vulcões islandeses, o gelo serve como uma tampa protetora que, quando removida, faz com que o magma que existe abaixo da superfície se descomprima muito mais rápido do que já estaria ocorrendo devido ao movimento geológico normal. O estado firme que em geral existe se perde, e isso torna as erupções mais rápidas e mais explosivas. Não existe muita demora entre a mudança no clima e as erupções vulcânicas, nesses casos, diz Tuffen.
Mas os vulcões dos Andes são diferentes. Contam com câmaras de magma abaixo deles. Quando o gelo derrete, a camada protetora igualmente se perde. Isso também pareceu causar elevação na atividade vulcânica, em episódios passados, mas porque as câmaras de magma ficam a até cinco quilômetros de profundidade, é incerto com que velocidade o vulcanismo se intensificou depois do degelo, diz Sebastian Watt, colega de Pyle em Oxford.
Watt recolheu dados sobre mais de 32 centros vulcânicos no Chile para tentar determinar uma tendência mais geral para a aceleração da atividade vulcânica. Ele usou datação por radiocarbono para determinar a idade de diversas amostras de rocha, e com base nisso mapeou onde e quando os vulcões da cordilheira sul-americana entraram em erupção nos últimos 18 mil anos. Infelizmente, uma frente fria geológica destruiu boa parte dessas provas. "A datação é um problema; há uma falta de dados de radiocarbono", diz Watt.
Ameaça incerta
Tuffen alerta que pode haver vidas em risco. No Chile, em Nevados de Chillán, uma área que parece particularmente suscetível a mudanças climáticas, os geólogos locais se irritaram, ele diz quando uma estação de esqui foi construída perto de um vulcão.
Tony Song, do Laboratório de Propulsão a Jato, uma divisão da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa), em Pasadena, Califórnia, modelou um cenário hipotético no qual o derretimento poderia deflagrar um grande deslizamento de terra subterrâneo, causando um enorme tsunami glacial.
"Porque o gelo se derrete mais rápido que o imaginado, seria preciso considerar mais esse tipo de situação", afirma Song. "Não sabemos ainda, de fato, qual será a ameaça nos próximos 100 anos", diz Tuffen. "Não acredito que devamos criar pânico injustificado, mas decerto devemos pensar em como atenuar riscos".
McGuire concorda. "O Painel Intergovernamental sobre a Mudança Climática (IPCC) não considerou essa espécie de risco", ele diz. "Você tem uma chance melhor de enfrentar qualquer forma de risco caso saiba o que está acontecendo", acrescenta. "A mudança climática não envolve apenas a atmosfera e a hidrosfera, mas também a geosfera".
Tradução: Paulo Migliacci ME
Fonte: National Geographic. Lido no site Terra
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Nota: Agora leia atentamente um dos comentários da escritora e serva do Senhor, Ellen G. White, por volta do ano de 1890, sobre atividade vulcânica e terremotos:
“Nesse tempo [do Dilúvio] imensas florestas foram sepultadas. Estas foram depois transformadas em carvão, formando as extensas camadas carboníferas que hoje existem, e também fornecendo grande quantidade de óleo. O carvão e o óleo freqüentemente se acendem e queimam debaixo da superfície da Terra. Assim as rochas são aquecidas, queimada a pedra de cal, e derretido o minério de ferro. A ação da água sobre a cal aumenta a fúria do intenso calor, e determina os terremotos, vulcões e violentas erupções. Vindo o fogo e a água em contato com as camadas de pedra e minério, há violentas explosões subterrâneas, as quais repercutem como soturnos trovões. O ar se acha quente e sufocante. Seguem-se erupções vulcânicas; e, deixando estas muitas vezes de dar vazão suficiente aos elementos aquecidos, a própria terra é agitada, o terreno se ergue e dilata-se como as ondas do mar, aparecem grandes fendas, e algumas vezes cidades, vilas e montanhas a arder são tragadas. Estas assombrosas manifestações serão mais e mais freqüentes e terríveis precisamente antes da segunda vinda de Cristo e do fim do mundo, como sinais de sua imediata destruição” (Patriarcas e Profetas. págs. 108, 109).
Do ponto de vista da Geologia convencional (evolucionista), o que a senhora White escreveu não faz sentido algum. Já do ponto de vista da Geologia criacionista o comentário dela faz todo sentido. Mas ambos agora são levados a considerar e muito o que essa senhora escreveu no final do século 19 (quando a ciência geológica ainda engatinhava). Realmente estão ocorrendo mais atividades sísmicas e vulcânicas, com a perspectiva de aumentar ainda muito mais, por causa da própria ação humana, que gera, em grande parte, o aquecimento global e consequente derretimento do gelo d'antes considerado eterno, conforme contribui a notícia acima. São os sinais do fim, revelados por Deus na Bíblia (veja, por exemplo, em Mateus 24:7 e Lucas 21:11) e no Espírito de Profecia.
Claro que a dinâmica do interior da Terra tem muito mais influência nas atividades eruptivas e terremotos, isso é indescutível. Por isso que White explica como acontece essa dinâmica que gera o vulcanismo e abalos sísmicos, inspirada por Deus, aquEle que viu o Dilúvio acontecer - com lágrimas nos olhos, digasse de passagem - e sabe como funciona o interior do planeta, a partir desse evento. Prefiro confiar nisso do que na ciência geológica humana, pois o que se conhece do interior da Terra hoje é muito pouco (e com incertezas. Por isso são baseadas em teorias), ou será que alguém já esteve lá para provar o contrário? "Melhor é buscar refúgio no SENHOR do que confiar no homem." (Salmos 118:8)
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